O varejo restrito brasileiro movimentou em 2020, segundo o IBGE e a Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo (SBVC), R$ 1,72 trilhão. Tão expressivo quanto os negócios foi também o índice médio de 1,33% de perdas registrado no período, como revela a 4ª Pesquisa de Perdas no Varejo Brasileiro. Ele é menor do que apresentado em 2019, quando atingiu 1,36%, mas em valores as perdas alcançam a fábula de R$ 23,26 bilhões, valor que como empresa a colocaria no ranking dos top 10 do varejo nacional no quesito faturamento anual, atrás apenas de gigantes como Carrefour, GPA, Via Varejo, Grupo Big e Magazine Luiza. A redução das perdas, com destaque para os furtos, é consequência do controle de fluxo de pessoas nas lojas em razão das restrições de isolamento, que permitiram um trabalho mais eficiente das equipes de prevenção de perdas, e o investimento crescente das redes varejistas em tecnologias e treinamento de profissionais. “A cultura da prevenção de perdas deve estar cada vez mais presente nas empresas e uma área próxima ao board da companhia”, esclarece Adriano Sambugaro, diretor de Marketing da Gunnebo. A pesquisa da Abrappe, com dados de 2020, aponta que o CFTV é a tecnologia mais utilizada pelos varejistas, com 95,65%. Logo atrás vem os alarmes de segurança, com 71,74%, e o EAS (antenas e etiquetas), com 69,57%, igualmente empatado com as ferramentas de Business Inteligence (BI). O estudo revela também que em 35% das empresas do varejo no Brasil a área de prevenção de perdas responde diretamente ao diretor financeiro, em 17% para a diretoria de operações e em 15% à presidência. Sambugaro lembra que para minimizar as perdas, e principalmente manter a lucratividade do negócio, o varejo, que trabalha com margens reduzidas (em torno de 2%), tem à disposição uma série de soluções que auxiliam na proteção de produtos, garantem a segurança da loja, além de facilitar a gestão e o controle das equipes operacionais e de vendas. “Hoje a tecnologia é fundamental não só para prevenir, mas para potencializar as vendas por meio da exposição segura dos produtos. Ela também entrega dados essenciais para o fomento de campanhas estrategicamente pensadas para os seus clientes”, diz. As tecnologias mais indicadas Sambugaro revela que o PDV é uma das áreas mais sensíveis para as perdas, especialmente nos supermercados, que pelos dados da Abrappe, são as maiores do varejo brasileiro (2,52% entre os hipermercados e 2,10% nos supermercados tradicionais). “Nessa área de muita movimentação de pessoas e mercadorias, além do próprio CFTV, indicamos o Gatecash, que é uma ferramenta de monitoramento com sistema de vídeo análise que identifica automaticamente se o consumidor ou o colaborador executou alguma operação suspeita, como passar o produto com seu código de barras obstruído de forma que ele não seja lido pelo equipamento e nem registrado junto ao sistema de automação, por exemplo”, diz. As antenas, etiquetas e desativadores com a tecnologia EASi, como revela Sambugaro, assumem um novo papel na prevenção de perdas. “Os equipamentos EASi conectados à internet possibilitam acesso ao status de toda a rede em tempo real e verificação do funcionamento de cada equipamento instalado, através de uma interface gráfica com a planta ou imagem da loja. Os dados armazenados e alertas gerados permitem a avaliação das lojas como um todo, gerando notas por funcionamento e utilização”, argumenta o executivo da Gunnebo. A tecnologia EASiGuard integra o sistema EAS inteligente com câmeras de CFTV e um painel online que permite a checagem dos vídeos linkados aos alarmes das antenas antifurtos, classificação dos eventos e extração de relatórios. “Essa tecnologia traz uma segurança muito grande para o varejista que tem evidências de todos os eventos, permitindo fazer auditoria dos registros, análise e melhoria contínua de processos.”, completa Sambugaro.