Por Jessica Chalegra | A inovação no setor varejista tem se tornado um imperativo para acompanhar as mudanças nos comportamentos e preferências dos consumidores, como aponta o estudo “How Retailers Use Innovation to Gain an Edge“. Divulgado pelo Boston Consulting Group (BCG) e pelo World Retail Congress (WRC), o levantamento aponta como varejistas têm buscado inovar para acompanhar novos cenários e exigências do público, além de como líderes do setor têm se adaptado para manter a competitividade.
A pesquisa, que entrevistou 400 executivos do setor varejista global, inclusive 78 da América Latina (32 do Brasil, 29 do México e 17 da Argentina), mostra que empresas que já incorporaram a inovação em seus negócios obtêm um retorno sobre o investimento (ROI) mais elevado. Globalmente, os varejistas que mais investem em inovação (média de 13%) alcançam um ROI de 21%, enquanto aqueles que investem menos (apenas 3%) apresentam um ROI de 9%.
“O investimento em inovação é importante para que os varejistas não fiquem presos em um ciclo vicioso, no qual o recurso é aplicado apenas em projetos-piloto, que não têm força para estimular uma transformação significativa no desempenho da organização, resultando em um baixo ROI”, explica Fernando Lunardini, diretor executivo e sócio do BCG. “Com pouco retorno financeiro, por sua vez, não há como dedicar esforços para novos produtos e/ou serviços”.
Atualmente, 60% das marcas mais inovadoras da América Latina, que destinam mais de 8% de sua receita anual para inovação, têm investido ainda em redes sociais para vendas, enquanto 27% investem em mídias de varejo e 13% em marketplaces. Para o próximo ano, 54% desses executivos planejam priorizar o e-commerce. Até 2027, espera-se um aumento de 20% nos gastos com inovação por parte de 34% das empresas líderes, 25% das que estão em progresso (com mais de 6% dos recursos alocados em inovação) e 20% das que estão atrasadas (menos de 6% do faturamento destinado à criação) na América Latina.
Melhores práticas em termos de inovação
Segundo o estudo, as empresas estarão focadas em investir em múltiplos projetos. Isso é constatado diante do fato de que cerca de dois terços das companhias líderes (66%) e 47% das atrasadas na América Latina maximizam seu ROI ao distribuir o financiamento da inovação entre várias iniciativas, utilizar a governança adequada para monitorar os resultados, fornecer suporte necessário e decidir em quais projetos continuar investindo. Esses números são superiores aos globais, sendo 63% e 43%, respectivamente.
Além disso, 66% das líderes e 47% das atrasadas na América Latina identificam áreas onde podem acelerar a inovação complementando operações internas com capacidades externas. Globalmente, mais da metade (57%)das líderes e 40% das atrasadas trabalham em projetos de inovação com parceiros externos. Apenas uma em cada dez líderes inova principalmente internamente, comparado com um em cada quatro das empresas atrasadas.
Nesse cenário, surge a opção de transformar paradigmas da indústria e expectativas dos consumidores, em um cenário em que mais da metade (60%) dos líderes em inovação na região fazem movimentos audaciosos, em vez de se basearem exclusivamente em insights dos clientes, em comparação com 40% dos atrasados. Globalmente, esses números são 50% e 37%, respectivamente.
“A inovação contínua é crucial para que os varejistas mantenham vantagem em um mercado cada vez mais competitivo e dinâmico”, finaliza Lunardini.
Fonte: Consumidor Moderno