A indústria de privaty equity e venture capital desembolsou R$ 18,5 bi em 2015, 39% a mais que em 2014, segundo ABVCAP e KPMG. O varejo foi um dos focos
A crise econômica e todas as suas consequências não impediram que os fundos de private equity e venture capital realizassem investimentos robustos no Brasil em 2015. Foram R$ 18,5 bilhões, 39% a mais que o registrado em 2014 – um recorde desde o primeiro levantamento, em 2011, segundo estudo da ABVCAP – Associação Brasileira de Private Equity & Venture Capital e KPMG.
Os fundos de private equity são aqueles que investem diretamente nas empresas, para administrá-las por um longo prazo para, depois, sair do investimento, com retorno. Os fundos de venture capital são basicamente a mesma coisa, porém, têm foco de investir em empresas com faturamento relevante, mas com potencial de crescer ainda mais.
Segundo o estudo, a desvalorização do Real em relação ao dólar é um dos fatores desse crescimento, segundo Fernando Borges, presidente da Associação. Com o Real depreciado, há uma queda dos preços dos ativos – o que os torna mais atrativos para o capital estrangeiro. O estudo ainda mostrou que cerca de 88% dos investidores estrangeiros pretendem aumentar o investimento no País.
Não à toa, o capital estrangeiro representou 57% do capital comprometido no País no ano passado, frente aos 43% do capital comprometido nacional. Ao todo, o capital comprometido cresceu 20,7%, para R$ 153,2 bilhões, em relação a 2014. Capital comprometido é o recurso que o investidor se compromete a investir em determinado tempo.
Já o capital disponível para investimentos e despesas somou R$ 39,3 bilhões e não apresentou variação em relação a 2014. Por outro lado, os desinvestimentos realizados no ano alcançaram R$ 5,8 bilhões, 23,4% superiores aos de 2014.
Entre os setores que mais receberam investimentos, o varejo participou com 11% do total. Os setores de Saúde e Farmácia (38%) e Educação (12%) também foram foco.
Como no final do ano passado cerca de R$ 40 bilhões dos R$ 150 bilhões de capital comprometido não havia sido investido, os fundos devem realizar os investimentos assim que o cenário político se mostrar mais estável, acredita a ABVCAP.