Por Adriana Mattos | O presidente do Magazine Luiza, Frederico Trajano, sinalizou, nesta sexta-feira (8), em teleconferência com analistas, que o uso da inteligência artificial deve ter peso no próximo ciclo estratégico de cinco anos do grupo, que deve ser anunciado em 2025.
Num dia em que praticamente todas as ações de varejistas caem, e algumas de forma relevante, a ação de Magalu caía 2,5% por volta das 11h.
O plano ainda está sendo elaborado, e Trajano evitou dar detalhes, mas, além de citar a importância do serviço de nuvem do “Magalu Cloud” nessa nova fase, ainda mencionou a inteligência artificial (IA).
“Já vi muitas ‘trends’, mas entendo que, como a IA, só vi em 2000 e 2010, com o avanço do digital e depois com a mobilidade, e os smartphones”.
Além disso, Trajano disse que seu sonho é ver produtos de lojistas parceiros da empresa na plataforma sendo vendidos em lojas da companhia, e acredita que isso será possível, e é uma prova da integração da venda e de serviços na empresa. Ele não citou prazos, mas, em sua explicação, lembrou da abertura da loja da rede na antiga Livraria Cultura, em São Paulo, que é um ponto icônico do varejo da capita paulista.
Sobre estratégia de crescimento, lembrou a decisão da empresa de ampliar, nos últimos anos, a força de serviços nas plataformas, e como isso ajudou a tirar a dependência da venda de produtos baseados em crédito, que sentem mais efeitos do sobe e desce da economia. “Não vamos ser totalmente anticíclicos, mas menos cíclicos com a decisão [de termos ecossistema]”, disse Trajano.
Segundo ele, há 4 ou 5 anos, seria difícil ter lucro trimestral, como de julho a setembro, se não fosse a decisão de rever estratégia e focar na construção do ecossistema de serviços digitais e financeiros. “O esforço do movimento estratégico nos faz colher frutos hoje.”
Sobre logística, ele disse que a empresa ainda não está cobrando pelo serviço de “fulfillment”, que se refere à coleta, armazenagem e distribuição de produtos de lojistas parceiros da rede, porque esse custo é marginal para empresa, mas isso deve ocorrer em algum momento, e ajudar na geração de maior margem, junto com outras alavancas de serviços.
Sobre o acordo com AliExpress, de venda de um conjunto de produtos na plataforma asiática, ele disse que isso “tracionou bastante” e está próximo das métricas do plano de negócios. Ainda afirmou que produtos vendidos no AliExpress ainda saem todos do centro de distribuição de São Paulo, mas a ideia é descentralizar isso.
Fonte: Valor Econômico