Por Redação | O comando da Infracommerce, empresa de serviços para o comércio eletrônicos, disse em teleconferência de resultados do primeiro trimestre, que tem revisto despesas e reduzido os investimentos na tentativa de atingir meta prevista para 2023. Para o ano que vem, a companhia projeta gerar caixa suficiente para amortizar a sua dívida.
Nesse cenário de ajustes, o vice-presidente de relações com investidores, Fabio Bortolotti, disse que não há necessidade de captações de recursos no mercado no curto prazo.
Em agosto de 2022, o grupo anunciou um aumento de capital privado, capitaneado pelos seus acionistas mais relevantes, de até R$ 400 milhões, para buscar melhor equilíbrio de sua estrutura de capital, após aumento no endividamento do grupo no ano. No mercado, investidores têm levantado dúvidas sobre eventual necessidade de novos aportes no negócio, considerando que trata-se de uma operação que ainda demanda capital, numa cenário de mercado digital que sente efeitos da crise de demanda.
A Infracommerce informou em seu balanço que recorreu a novas linhas de capital de janeiro a março.
No primeiro trimestre de 2023, ela encerrou com posição de caixa de R$ 267,7 milhões, alta de 36%, em função da contratação de empréstimo realizada em março, “visando reforçar o caixa para a operação e a quitação das obrigações assumidas”, diz no balanço.
O novo contrato somou R$ 90 milhões por meio de um CCB (Cédula de Crédito Bancário), remunerada a CDI mais taxa de 2,58% ao ano, com pagamento de juros mensais e principal em 24 parcelas, iniciadas em abril de 2024.
Além disso, ainda houve a 2ª emissão de debêntures simples no valor de R$ 165 milhões, cujo objetivo principal foi a rolagem de parte da 1ª emissão de debêntures anunciada em 2021.
A ação da empresa abriu o pregão hoje com alta superior a 7% e por volta das 11h o papel subia 4,55%.
A dívida líquida de janeiro a março somou R$ 406 milhões, avanço de 185%. Os investimentos caíram 31%, para R$ 32 milhões. Os custos e despesas totais subiram 6,5% — a receita líquida cresceu mais, 10%, para R$ 214 milhões.
Meta para 2023
este momento, a empresa está revendo projetos e investimentos, com foco em geração de caixa, disse o presidente, Kai Schoppen.
Segundo ele, isso foi feito visando maior rentabilidade no curto prazo. O potencial de redução de despesas é de R$ 10 milhões a R$ 12 milhões por mês, que serão capturados entre maio e o final do terceiro trimestre de 2023.
A Infracommerce ainda manteve a expectativa, já mencionada, de lucro antes de juros, impostos, amortização e depreciação (Ebitda, da sigla em inglês) superior a necessidade de investimentos em 2023.
O CEO disse que a empresa tem “surfado” na onda de expansão no negócio do comércio on-line entre empresas (“B2B”), que cresceu quase 30% em receita, porque se “antecipou” a esse movimento, com investimentos na busca de clientes na área. A operação de venda a consumidores (“B2C”) cresceu menos, 7%.
O grupo vende um conjunto de serviços a companhias que atuam na área digital, como varejistas e indústrias de consumo.
Comissão menor
A administração da companhia foi perguntada por um analista sobre a questão da queda da taxa de comissão (“take rate”) no primeiro trimestre de 2023 versus 2022 — recuou de 6,9% para 6,4% — e Schoppen disse que, apesar desse efeito, há impacto positivo de novos clientes entrando na base.
“O ‘take rate’ tem uma tendência de cair levemente, com clientes reduzindo serviços, mas estamos melhores na meta de novos clientes e os dois efeitos se equilibrarão”, disse o CEO.
Fonte: Valor Econômico