Algumas das grandes redes de supermercados do País se reuniram neste mês na sede da APAS (Associação Paulista de Supermercados), maior associação de supermercados do País, para discutir maneiras de potencializar as vendas on-line, um desafio e tanto para o setor.
O número de clientes de supermercados no Brasil que fazem compras on-line representa apenas 2% do total, segundo pesquisa da própria APAS de 2018 em parceria com o Ibope. Em contraposição, as lojas físicas desse setor recebem 89% da população brasileira. O que aponta para o potencial de crescimento das vendas de alimentos on-line, ainda subaproveitadas no Brasil.
Um dos principais gargalos para vendas de produtos alimentares on-line é dificuldade de disponibilizar informações do produto na internet, já que um dos pontos fortes do varejo supermercadista é a experiência na loja física.
Wellington Machado, CEO da Simplus, empresa especializada em captura de informações e geração de imagens para sistemas de varejo, conversou com a NOVAREJO para apontar as principais necessidades e possibilidades do setor supermercadista no mundo on-line. Confira.
Quais as principais dificuldades que o varejo supermercadista tem para se tornar digital?
O grande desafio que o varejo e a indústria têm é conhecer com profundidade o produto sobre vários aspectos. É conhecer sobre o produto que o consumidor final tem interesse, conseguir identificar esse produto por atributo. Por exemplo, se ele é orgânico, se consome muita energia elétrica.
Quando você tem uma experiencia digital de fato, essas informações têm que estar no meio digital. E, de maneira geral, ainda existe uma carência em ter essa informação no meio digital para poder oferecer os produtos para quem tem interesse.
Às vezes, a pessoa tem interesse em produtos orgânicos, mas ela não sabe que aquele produto tem essa qualidade porque você não explicou.
Os supermercados têm na loja física até 40 mil produtos, no on-line é difícil ter interação com mais de um produto e com informações maiores.
Em média, cada categoria tem em torno de 150 informações e é necessário apresentá-las ao consumidor on-line.
E quais soluções podem ajudar o varejo a vencer esse desafio de levar a experiência do físico para o on-line?
Trabalhar a captura de todas essas informações que existe no físico e digitalizar. Depois é fazer uma boa gestão disso, validar a qualidade de tudo isso e garantir que as informações estão completas e padronizadas. Tem informações que são apresentadas de diferentes formas pelos fornecedores e isso precisa ser padronizado. É um desafio grande, mas o setor varejista acordou e parece estar alinhado. Agora, é se aproximar da indústria. Hoje, a gente faz esse processo de digitalização e validação das informações com mil players da indústria e 200 varejistas.
Como vocês captam as informações com a indústria para levar ao varejo?
Tem duas fontes de informação. Em uma delas a gente recebe o produto físico, capta as informações da embalagem e reúne no software. Outra maneira é pegar a ficha técnica do produto já com a indústria.
Essas informações (dos produtos, capturadas diretamente da indústria ou nas embalagens dos produtos) são geridas via software e distribuidas por meio da nossa plataforma digital acessível ao varejista.
Quais os resultados desse processo na identificação dos produtos para os e-commerces e marketplaces?
O fato de a gente oferecer a informação validada reduz muito os erros. A gente tem cases de redução de erros de 90% na identificação dos produtos. Além disso, os varejistas conseguem segmentar melhor a oferta para o seu cliente. Hoje, o varejo consegue entender bem a demanda do seu cliente por conta dos programas de fidelidade. Ele pode usar essa identificação dentro dos programas de fidelidade, combinando o conhecimento que possui sobre o hábito de consumo do cliente com o conhecimento a respeito do produto que ele possui, otimizando a oferta.
Fonte: Novarejo