A fim de elevar o faturamento neste verão, varejistas do segmento moda praia traçam estratégias de venda voltadas para o engajamento dos usuários nas redes sociais. A relação mais próxima via ambiente digital tem resultado em um mix de produtos mais assertivo e maior fidelização do cliente.
“Atualmente, três em cada quatro vendas que realizamos é feita por meio das plataformas online. Nosso planejamento comercial para este período começa no momento em que o clima começa a mudar no Brasil”, argumentou a chefe de marketing da rede de vestuário Amaro, Denise Door, lembrando que o negócio já nasceu no ambiente digital.
De acordo com a executiva, a perspectiva é que as vendas apresentem crescimento de 40% em relação ao mês período do ano anterior. Segundo Denise, os itens com maior demanda são vestidos de saída de praia, biquínis e saias. “As redes sociais são importantes ferramentas de comunicação com nossos clientes ao longo do ano. Além disso, a parceria com influenciadores digitais nos auxilia na criação de conteúdo diferenciado para cada ambiente online e no lançamento de novas coleções para o resto das estações”, complementou Denise.
Na mesma linha, outro exemplo de rede varejista com forte atuação no período de verão é a Líquido. “Hoje em dia as pessoas tem uma facilidade muito maior em se engajar com algo que uma influenciadora está dizendo, do que com uma marca dizendo a mesma coisa, isso se deve ao fato de ser uma pessoa real do outro lado”, afirmou o diretor geral da marca, Naim Hasan.
Na avaliação do executivo, essa estação do ano é peça-chave para a receita anual do negócio, tendo em vista que “se considerarmos o volume de vendas de biquínis, as vendas nos meses de verão representam 85% do que é vendido durante todo o ano”. Ele também diz que, para essa época, houve o lançamento de novos itens como bolsas de praias, viseiras, cangas e camisetas com proteção ultravioleta. O gasto médio dos consumidores está entre R$ 200 e R$ 250.
Nesse sentido, o sócio-fundador da consultoria de varejo GS&Cunsult, Jean Paul Rebetez, afirma que a categoria de moda praia tem sido vinculada à prática de exercícios físicos. Segundo Rebetez, com isso, as redes varejistas têm a oportunidade de ampliar e diversificar o mix de produtos.
“As lojas estão misturando mais peças de vestuário mais formais com a informalidade. Essas propostas podem ajudar também a aumentar o volume de vendas em estações durante o ano menos propícias para o comércio desse tipo de produto, uma vez que a categoria de moda praia normalmente não apresenta muitos itens”, argumentou Rebetez, afirmando que esse comportamento por parte do consumidor tem sido um grande trunfo para as redes de vestuário independentemente da região do Brasil.
Regionalização
Um dos exemplos de redes de vestuário que está investindo na união entre estratégia digital e atuação regional é a Equus. “Até o momento, a previsão é que a alta seja de 8% no volume de vendas na comparação como mesmo período do ano passado. Percebemos um engajamento muito forte do público principalmente na busca por combinações de peças dos influenciadores regionais”, argumentou o gerente de marketing da marca, José Henrique Domingues.
De acordo com ele, não existe apenas um perfil da rede no Instagram, mas várias páginas do negócio responsáveis pela comunicação e lançamento de produtos para as regiões do País. “Muitos dos nossos clientes chegam até as lojas já com os produtos em mente a partir do que viram em nossas páginas. Dessa forma, eles acabam montando o próprio look com outras peças de roupa, o que geralmente nos dá maior margem para outros períodos sazonais”, complementou ele, ressaltando que o tíquete médio nesse período do ano gira em torno de R$ 350.
“Atualmente, temos maior atuação em regiões como Sudeste, Centro-Oeste e Nordeste”, lembrou Domingues. Ainda segundo ele, a rede tem hoje 37 unidades espalhadas pelo território nacional. Até o final de 2019, a meta do grupo é inaugurar cerca de 12 novas lojas físicas, além de manter a estratégia de parceria regional com influenciadores digitais em novas localidades.
Fonte: DCI