Estamos em campo pesquisando a quarta onda do Painel Comportamental do Consumo de Materiais de Construção com objetivo de monitorar a jornada de compra dos consumidores, quando reformando suas residências, para efeito comparativo com os anos anteriores, desde o momento da decisão da realização da obra, passando pelos períodos de pesquisas e compras dos materiais, contratações e influências de executores e especificadores, até a finalização total ou parcial desta obra, além de uma investigação das intenções futuras para complementação, melhorias e pequenos reparos.
Até há alguns anos, muitas empresas questionavam se as vendas dos materiais de construção seriam possíveis por meio do e-commerce, devido a necessidade de checar in loco cores de tintas, encaixes, texturas, medidas, dimensões, características técnicas diversas etc., e também por ser um segmento cujo longo ciclo de compras demanda orientações somente possíveis de maneira presencial no ponto de venda.
Bom, ao que tudo indica, segundo o painel, as compras pela internet dos materiais de construção não só estão aumentando, como, paralelamente a isto, também a importância das lojas físicas como ponto de apoio para esta expansão.
Vivemos, por ora, dentro da curva de aprendizagem do meio, uma situação oposta a de outros segmentos, em que as vendas dos produtos pela internet ameaçam o número de lojas físicas.
No painel de 2015, entregue em setembro e considerando consumidores que finalizaram suas obras de setembro de 2014 a agosto de 2015, 13,2% dos entrevistados alegaram terem realizado algum tipo de compra de materiais para a obra pela internet, sem especificação de valores e quantidade de produtos, ou seja, poderia ser apenas uma transação de um só produto.
Já em 2016, com resultado também entregue em setembro e considerando o período de finalização da obra de setembro de 2015 a agosto de 2016, esse número subiu para 30,2%, utilizando para efeito de respostas os mesmos critérios citados acima.
E aí entra a questão da valorização das lojas físicas de materiais de construção.
Em 2015, dos respondentes que realizaram algum tipo de compra de materiais para a obra pela internet, 39,3% alegaram que buscaram apoio na loja física da mesma bandeira do e-commerce antes da finalização; 30,4% buscaram apoio numa loja física de outra bandeira e 30,4% não precisaram do apoio da loja física para concluir a transação online
Já em 2016, dos respondentes que realizaram algum tipo de compra de materiais para a obra pela internet, 42,8% alegaram que buscaram apoio na loja física da mesma bandeira do e-commerce antes da finalização; 35,5% buscaram apoio numa loja física de outra bandeira e 21,6% não precisaram do apoio da loja física para concluir a transação online.
Somente por estes dados é possível inferir que as peculiaridades do segmento o obriga a incorporar rapidamente as melhores práticas de convergência dos canais físicos e virtuais, eliminando pontos de atrito e possibilitando experiências relevantes no varejo físico, principalmente naquilo que diz respeito ao esclarecimento das diversas dúvidas técnicas durante as compras dos materiais para uma obra.
Ou, em poucas palavras, encantar, informando.
Bem-vindos e-commerces de materiais de construção! Longa vida às lojas físicas de materiais de construção!
O sistema de compartilhamento de inteligência de mercado é cogerido por Leroy Merlin, Eucatex, Pincéis Atlas, Votorantim Cimentos e Deca, empresas empenhadas em melhor entender o segmento, contribuindo para sua profissionalização e desenvolvimento.
Fonte: Datamkt