Em um mercado desenvolvido, com cada vez mais marcas disponíveis, um dos desafios que as empresas (de qualquer segmento) passam é o processo de escolha de localização de uma nova loja. Com o desenvolvimento tecnológico atual, já é possível contar com ferramentas que facilitam esse movimento. Isso é mesmo necessário? O BR Week 2018 tentou responder esta pergunta.
Para Rodrigo Faria, head de expansão do Grupo Afeet, o grande de desafio do mercado é gerar expansão sem perder qualidade. Com toda a mudança atual, as marcas precisam saber onde estar e porque estar. O próprio grupo, hoje detentor das marcas Authentic Feet, Artwalk e Magic Feet, passa por essa reflexão. “Precisamos entender muito bem o cenário e qualificar a nossa rede para o franqueado dar certo”, explica. Internamente, a companhia utiliza Business Intelligence para entender onde cabe novas operações.
“É preciso entender se determinados lugares abrigam bem uma loja, se a experiência vai ser boa, com recursos o bastante para manter a unidade”,diz. É esse tipo de movimento que faz a rede crescer de forma significativa. Ano passado, foram 13 novas lojas no ano e o Grupo aumentou suas vendas em 15%. “É melhor estar bem localizado com operações saudáveis do que abrir de formar irresponsável e ter que revitalizar as operações”, garante Faria.
Estratégia
A Petz passa por um momento parecido. Conforme conta Bruno Romanzini, head de expansão da marca, este é o seu melhor momento de expansão nas ruas em mais de 15 anos de empresa. “Começamos a ocupar espaços considerados nobres, onde antes havia concessionárias, supermercados, grandes lojas de material de construção”, conta. “Como temos um fundo norte-americano por trás e queremos fazer a melhor expansão nacional, precisamos escolher muito bem os pontos”. A marca utiliza a ferramenta de geomarketing Geofusion. E uma das razões para isso é dar segurança aos seus investidores.
Com esse movimento, a marca conseguiu identificar key points. “O nosso desafio foi traduzir a demanda do varejo alimentar para o mercado pet e conseguir visualizar projetos maiores”, analisa. Atualmente, existe uma unidade no Shopping Iguatemi, por exemplo. Segundo o executivo, ela já fatura mais do que a organização tinha previsto. Outro movimento será a inauguração de uma mega loja em uma importante avenida de São Paulo, a Ricardo Jafet. “Será a maior loja do segmento na região e será 24 horas”, conta.
Tecnologia
André Ferraz, CEO da In Loco, por sua vez, explicou um pouco sobre a tecnologia da empresa, que consegue coletar uma grande gama de dados. É uma tecnologia utilizada em smartphones, que capta a localização dos usuários. Dá para saber quantas pessoas entraram na Petz depois de chegar de um concorrente – ou quantas foram a outro loja depois, por exemplo. “Nossa tecnologia está embarcada em mais de 60 aplicativos do mercado brasileiro, coletando dados em milhões de smartphones”, diz. Os dados são utilizados em marketing para ativação dos consumidores. Com isso, a empresa lançou um modelo de publicidade digital.
No Grupo Afeet, diversas bases de dados são consultadas. Entender o fluxo da loja e do shopping é importante, entender se o cliente passou pela vitrine e ficou na loja ou se não parou na operação. Isso é descoberto a partir do cruzamento de várias bases de informação. “Se a gente rastrear tudo sobre nosso potencial consumidor, nosso entendimento é maior. Se eu não estou convertendo a venda talvez seja porque a experiência que estou oferecendo não é a melhor possível”, diz.
Comportamento
Os dados são muito importantes no varejo porque o segmento é um termômetro de tudo. Na greve dos caminhoneiros, por exemplo, a Petz sentiu diversas diferenças na operação. “20% das pessoas que compraram no site fizeram retirada na loja, o ponto físico foi muito importante”, conta Romanzini. “Medimos isso de perto, não estávamos preparados, mas numa próxima vez estaremos”. Esse entendimento é crucial para garantir uma experiência personalizada, principalmente em um mercado que a diferenciação funciona como divisor de águas.
“Grande parte do nosso negócio é baseado na venda de ração, então não tem grande diferencial no sortimento com relação ao concorrente. Por isso, nos especializamos no serviço e na experiência”, explica. As lojas contam com serviços de banho e tosa e até clínica veterinária. “Também estamos retroalimentando a base de origem dos clientes, vemos canibalização, a intersecção das áreas de influência das nossas lojas”.
Fonte: Novarejo