A IMC, dona de redes de restaurante como KFC, Pizza Hut e Frango Assado, demitiu nos últimos dias 30% dos seus empregados do Brasil. A empresa tem em em seu quadro 7 mil funcionários, como informou ao Valor, portanto, são 2,1 mil pessoas afetadas. O grupo de restaurantes é a primeira companhia aberta e a primeira grande empresa de consumo e serviços a anunciar demissões em função da crise provocada pela pandemia de coronavírus.
No sentido oposto, outras companhias, como a varejista Renner e a Cosan, já anunciaram que não vão demitir empregados durante a crise. A Raia Drogasil contratou 2 mil pessoas nos últimos dias.
Para os funcionários que permaneceram na companhia, alguns tiveram contratos suspensos e outra parte tirou férias.
As medidas foram apontadas pela IMC como uma “alternativa de redução de despesas e preservação de caixa”, segundo comunicado divulgado nesta semana à CVM. O pacote de demissão inclui a manutenção do plano de saúde por pelo menos três meses e o compromisso de “priorizar a recontratação de funcionários desligados assim que a situação estiver mais normalizada”.
Com o avanço da pandemia, por causa do encerramento dos shoppings até o começo de abril, a empresa fechou de forma temporária cerca de 150 lojas no país, sendo 27 da KFC, 26 do Viena e 77 do Pizza Hut, além de uma unidade Frango Assado e 15 da Batata Inglesa. Em aeroportos, três lojas foram fechadas e dez permanecem abertas. Em hospitais, as atividades de cinco unidades foram interrompidas também temporariamente.
A suspensão de contratos não ocorreu apenas no Brasil, mas também na Colômbia, onde toda a operação da IMC foi suspensa, no Panamá e nos Estados Unidos, onde foram fechadas 18 lojas, permanecendo quatro abertas.
A IMC também decidiu negociar contratos de aluguel nos países estrangeiros, além restringir o horário da operação e acelerar o fechamento definitivo de 15 lojas em shoppings, que já estavam sob monitoramento. Todos os novos projetos de investimento que não estivessem perto de ser concluídos, foram suspensos.
Também em decorrência do coronavírus, a empresa postergou a projeção de abertura de lojas de 2020 para o período de 2021 a 2026. A expectativa da IMC é que, a partir do próximo ano, sejam inauguradas 415 unidades no país e 15 lojas nos Estados Unidos.
Fonte: Valor Econômico