A Iguatemi Empresa de Shopping Centers, dona do Iguatemi São Paulo e do JK Iguatemi, duas referências em empreendimentos para a classe A, reduziu investimentos em 2015 e também a estimativa de desembolsos para 2016. Além disso, projeções da empresa para alguns indicadores estão abaixo do registrado em 2015.
A empresa prevê alta na receita líquida entre 5% e 10% em 2016 (subiu 8% em 2015), reflexo da desaceleração do mercado, e margem de lucro antes de juros, impostos, amortização e depreciação (Ebitda) entre 73% e 77% (foi de 79% em 2015). A expectativa de queda em certas receitas operacionais, como ‘luvas’ e permutas, explica a menor margem Ebitda.
Os investimentos devem ficar entre R$ 150 milhões e R$ 170 milhões este ano, bem abaixo dos R$ 360 milhões de 2015. Há dois anos, o montante investido chegou a quase R$ 600 milhões. A empresa lembra que essa diminuição nos desembolsos vinha ocorrendo desde o ano passado, num movimento que pode ajudar na proteção ao caixa. Outro foco é diminuir patamar de endividamento – que cresceu após a compra da fatia do Shopping Pátio Higienópolis em 2015.
“Com o fim do ciclo de investimentos em ‘greenfield’ [criados a partir do zero] e expansões, esperamos reduzir o desembolso de Capex [investimentos] para os próximos anos, o que, juntamente com a geração de caixa operacional, deve auxiliar no processo de desalavancagem”, informou a companhia em relatório de resultados. A relação entre dívida líquida e Ebitda subiu de 3,1 vezes no fim de 2014 para 3,35 vezes ao fim de 2015 – a dívida líquida foi de R$ 1,7 bilhão em 2015. “Esse aumento não é uma preocupação para nós. Considerando nosso planejamento, com ajustes em despesas e custos, é possível chegar ao fim do ano menos alavancados, na faixa de 3 vezes a 3,1 vezes”, disse Cristina Betts, diretora de relações com investidores.
A empresa projeta menores desembolsos em parte porque as próximas inaugurações, previstas para ocorrer após 2017, serão de outlets que exigem menos capital (em Santa Catarina e no Paraná). Para 2016, há só duas expansões planejadas (Iguatemi Porto Alegre e Torre Iguatemi Porto Alegre).
O grupo informou ontem que demitiu funcionários nos últimos três meses, dentro do plano de redução de despesas, em áreas ligadas ao desenvolvimento de projetos. A queda de 10% no quadro da holding ocorre em relação ao quadro de empregados de setembro de 2015, em 331 pessoas. Também foi feita redução de custos com terceiros. Em 2015, o lucro líquido da empresa caiu 16%, para R$ 194 milhões (reflexo, em parte, de um aumento de despesas financeiras) e no quarto trimestre, a redução foi de 35,5%, efeito de uma expansão de despesas operacionais.