“Apesar do susto com a variante ômicron da covid-19 e da queda sazonal em janeiro, as vendas foram boas em janeiro e fevereiro”, disse Guido Oliveira, diretor financeiro e de relações com investidores da Iguatemi
Por Daniela Braun
O aluguel de mesmas lojas no quarto trimestre aumentou 27,1% sobre igual período de 2020 e a taxa de ocupação foi de 92% no quarto trimestre, ante 91% no mesmo período de 2020, mas ainda abaixo dos 94% registrados no mesmo período de 2019.
Em dezembro de 2021, as vendas representaram 113% do apurado no mesmo mês de 2019.
Guido Oliveira, diretor financeiro e de relações com investidores da Iguatemi disse que embora muitos lojistas “costumem jogar a toalha” em janeiro, um mês de baixa logo após as vendas de Natal, as vendas de fevereiro ficaram 15 pontos percentuais acima da média dos mesmos meses de 2019.
“Apesar do susto com a variante ômicron da covid-19 e da queda sazonal em janeiro, as vendas foram boas em janeiro e fevereiro”, disse Oliveira.
O grupo espera um índice de inadimplência no primeiro trimestre maior do que o histórico, disse diretor financeiro. “ O índice de inadimplência costuma ser pior no primeiro trimestre”, disse Oliveira, complementando que a empresa está preparada para conter o cenário.
O grupo fechou o ano de 2021 com uma taxa de inadimplência líquida de 2,4%, ante uma taxa de 5,8% em 2020.
A empresa também destacou que a receita líquida de shoppings avançou 67% em um ano para R$ 281,8 milhões no quarto trimestre de 2021, enquanto as vendas mesmas lojas representaram 34,7% no ano de 2021 versus igual período de 2020.
Em vendas on-line, na divisão Iguatemi 365, a receita líquida de R$ 33,6 milhões no quarto trimestre de 2021 cresceu 115,2% sobre igual período de 2020.
A receita bruta com aluguel cresceu 30,1% para R$ 212,8 milhões nos três meses encerrados em 31 de dezembro e a receita bruta com estacionamento somou R$ 40,8 milhões, superando em 47,5% o resultado de um ano antes.
A despesa administrativa do grupo aumentou 71,1% em um ano para R$ 25,9 milhões.
A dívida total de R$ 3,2 bilhões em dezembro teve queda de 1,2% sobre setembro de 2021.
A administradora avalia oportunidades de fusões e aquisições, mesmo com a taxa de juros alta. Hoje à noite o Comitê de Política Monetária (Copom) divulga a meta para a taxa Selic. Segundo levantamento feito pelo Valor entre 10 e 11 de março com 93 instituições, 83 acham que o Copom deveria subir a taxa em 1 ponto percentual, dos atuais 10,75% ao ano para 11,75% ao ano.
“O Momento de taxa de juros não é o melhor possível, mas bons ativos não aparecem a qualquer momento”, disse Crsitina Betts, presidente da Iguatemi S.A. em teleconferência sobre os resultados da empresa no quarto trimestre de 2021.
No dia 3, a Iguatemi anunciou a aquisição de 23,08% de participação no comércio eletrônico de artigos de luxo de segunda mão Etiqueta Única, por R$ 27 milhões. A transação garante à Iguatemi uma opção de compra para se tornar controladora da operação em três anos.
Betts diz que um dos planos para a Etiqueta Única é criar áreas presenciais em shoppings do grupo para coleta e retirada de artigos à venda.
As vendas on-line e em múltiplos canais (omnichannel) se mantém no foco da empresa este ano, mesmo com a volta de clientes presenciais aos shoppings.
“Seguimos apostando vas vendas multicanais em 2022 pelo Iguatemi 365”, disse Betts.
“Já atuamos em todos os Estados, cobrindo 91% do PIB brasileiro”, disse a executiva. Segundo ela, áreas sem lojas físicas da rede geraram 50% do volume bruto transacionado no comércio eletrônico em 2021.
Fonte: Valor Econômico