Em 2016, a Iguatemi Empresas de Shopping Centers (Iesc) está completando 50 anos, com o foco em 2021. Recentemente, a diretoria da rede de shoppings e outlets premium esteve reunida para planejar sua atuação no Brasil para os próximos cinco anos. Entre os projetos já em andamento, três novos outlets devem ser inaugurados até 2019: um em Santa Catarina – este já em construção, em Florianópolis, e com 70% da área bruta locável (ABL) comercializada – outro no Paraná, em São José dos Pinhais, e um terceiro em Nova Lima, Minas Gerais. Ao todo, cerca de R$ 500 milhões serão injetados nas obras destes centros de compras, que reúnem mix de marcas de roupas, calçados e acessórios de grife de coleções passadas, comercializados com descontos generosos.
A crise econômica parece não afetar os projetos do grupo. Pelo contrário, continuam de vento em popa. Inaugurada no “olho do furacão”, em um momento econômico complexo, após oito anos de planejamento, a expansão do Shopping Iguatemi Porto Alegre superou as expectativas, afirma o diretor de operações responsável pela região Sul da Iguatemi, Sérgio Zukov. “A receptividade e os resultados destes quatro meses de funcionamento são muito melhores para o que tínhamos planejado a curto prazo.” O crescimento em fluxo foi de 20%, calcula o executivo. “Em alguns casos, ocorreram vendas muito relevantes”, completa Zukov.
Na semana passada, novas operações abriram as portas no empreendimento da Capital, a exemplo da rede de produtos pet Cobasi, que passa a funcionar com sua primeira loja no Rio Grande do Sul. Nos próximos dias, também será inaugurada a livraria Saraiva, e na sequência o Coco Bambu (conhecido internacionalmente) e o Sakura (consagrado no segmento da culinária japonesa). Com mais estes dois, serão nove restaurantes atuando no Iguatemi de Porto Alegre, que hoje conta com 400 atividades no total. “Também contaremos com as marcas Diesel, North Face, New Balance – que já operam no I Fashion Outlet Novo Hamburgo -, uma operação do Snowland, entre outras novidades”, enumera Zukov. O executivo garante que a crise não chegou a afetar o consumo nos shoppings, onde há demanda, preços e ofertas variadas – muito menos quando se fala de artigos de luxo. “Os consumidores aprenderam que podem mesclar peças de valores distintos no dia a dia.” Sobre os novos investimentos, ele explica que a expectativa de retorno é sempre calculada a longo prazo.
“Nem todas as operações cabem em todos os lugares”, destaca o vice-presidente de operações da Iesc, Charles Krell, explicando que lojas de grife não são pensadas para entrar em todos os mercados. “Olhando o mercado de luxo no Brasil, várias operações escolheram algumas capitais e sabem que não poderão expandir para determinados municípios, devido à demografia, renda e perfil dos consumidores, completa. Ao definir a Iguatemi como “uma empresa patrimonialista, que cuida dos seus ativos”, Krell reafirma que o grupo trabalha em constante renovação, afinado com o mercado. “Nossos equipamentos não podem ficar parados, sob pena de obsolescência.” Para o gestor, é fundamental que toda a indústria de shoppings se reinvente, uma vez que deixou de ser apenas um espaço para centros de compras onde se encontra variação de produtos e preços, para abrigar lugares com experiências e serviços variados. “Atualmente, todos os nossos shoppings têm um mix muito mais diversificado”, observa Krell. O vice-presidente da rede explica que a meta da empresa é seguir ajustando a oferta de operações de acordo com o momento do País e do mundo.
Somando 18 empreendimentos nas regiões Sul e Sudeste, há um ano, a Iguatemi investiu também na expansão dos shoppings da marca em Porto Alegre (RS), Campinas, São Paulo, Ribeirão Preto e Sorocaba (estes últimos no estado de São Paulo), sempre com foco no público A e B. Entre os projetos futuros, a empresa já estuda a expansão do I Fashion Novo Hamburgo, no Rio Grande do Sul.
“Os shoppings tratam de entretenimento, varejo e experiência. O outlet está mais centrado nos produtos e preços. Ambos são negócios distintos e complementares”, observa Charles Krell, ao justificar o advento dos investimentos do grupo neste segundo nicho de mercado. “É a evolução de um braço da operação”, considerou. Para ele, os centros de compra que contemplarem apenas a experiência do varejo convencional estão fadados ao fracasso.
Fonte: Jornal do Commercio do RS