Por Adriana Mattos | A Iguatemi, companhia de shopping centers com foco na alta renda, teve mais um trimestre com expansão, com um aumento de 19,4% na receita líquida de abril a junho, para R$ 299,2 milhões. O lucro líquido consolidado alcançou R$ 78,7 milhões, versus prejuízo de R$ 131,8 milhões um ano antes.
As vendas totais dos lojistas subiram 8%, para R$ 4,6 bilhões. As vendas “mesmas lojas” (nas unidades existentes nos shoppings há mais de um ano) e as vendas “mesma área” (na área já existente um ano antes) subiram 6,5% e 8,0%, respectivamente.
Ações tomadas na qualificação do portfólio de lojistas são refletidas no indicador de vendas “mesma área”. Já a renovação dos contratos de aluguel, além da melhora do “mix” de pontos, impulsionam os aluguéis “mesma lojas” e os aluguéis “mesmas áreas”. Ambos subiram, respectivamente, 10,5% e 9% no intervalo.
Houve uma desaceleração no ritmo de expansão de vendas das lojas existentes há mais de um ano. Também se verificou uma menor taxa de crescimento nas vendas dos lojistas dos shoppings frente ao início do ano (alta de 8% versus 16,8% de janeiro a março).
Nesses números, há efeito da forte base de comparação do intervalo de abril a junho de 2022, segundo Guido Oliveira, diretor financeiro e de relações com investidores da Iguatemi.
“De janeiro a março, tivemos o impacto da variante ômicron, ainda com efeito da onda da covid nos shoppings. A partir de abril de 2022, passamos a verificar uma recuperação rápida nas vendas, então há esse efeito dessa base nos dados deste ano […]. Entendemos que no terceiro trimestre continuamos a ter uma comparação mais normalizada e no quatro trimestre, já trataremos de uma comparação de igual para igual”, disse.
A empresa também publicou os dados de receita excluindo o efeito de “linearização”. Neste caso, a linearização são valores dos contratos de locação divididos de uma forma equilibrada ao longo do período de vigência, ajudando a diminuir a volatilidade no reconhecimento da receita. Ao se descontar esse efeito, a alta na receita líquida foi de 16,4% versus o mesmo período do ano passado.
Na visão de Oliveira, os resultados mostram uma recuperação nos segmentos de serviços e eventos (em cinemas, os lançamentos trouxeram tráfego de clientes), e há uma retomada mais forte do braço de varejo a partir de julho.
“Após o fim de junho, nós vemos um varejo se recuperando, com alta de mais de 11% nas vendas”, disse.
A margem de lucro antes de juros, impostos, amortização e depreciação (ebitda) consolidado não ajustado caiu de 65% para 63,99%.
A companhia encerrou o trimestre com uma dívida total de R$ 3 bilhão.
Fonte: Valor Econômico