Por Alexa Meirelles | Enquanto outros países avançam, o Brasil fica para trás debatendo a importância do tema, ou se é possível fazer, avalia Bloisi. Ele reitera que o mundo vai mudar, e que tudo vai passar por um processo de disrupção por mais tecnologia, inovação. “Inteligência artificial é só uma área. A gente tem também biologia sintética, robótica, carros autônomos, sustentabilidade, novos tipos de energia, espaço. O melhor de inovação está à frente e vai ser maior e mais rápido”, diz.
Para isso, todas as companhias — principalmente o iFood — precisam estar preparadas para essas mudanças. O executivo diz que a empresa precisa estar pronta para reconstruir todo o negócio nos próximos anos, caso contrário, perderá espaço.
Ele afirma que não se trata apenas de pensar nas empresas, mas que o crescimento gera valor para o Brasil e, consequentemente, impacta na distribuição dessa riqueza. “Por isso a gente precisa ser ambidestro, ou seja, não ser só uma empresa eficiente, que entrega, que é disciplinada, mas ser uma empresa que inova muito o tempo inteiro. É condição de existir”;
O iFood fazia 20 mil pedidos por mês há 10 anos. Hoje faz bem pertinho de 100 milhões de pedidos por mês. Essa é uma área que passou para uma disrupção de tecnologia. Vão ter mais 20 áreas e muitas oportunidades de criar enormes empresas de tecnologia no Brasil. Óbvio que o iFood é um exemplo, mas tem muitos outros. A gente tem o Nubank, que hoje é uma das melhores empresas de finanças do mundo. A gente tem o Mercado Livre, uma das melhores empresas de e-commerce do mundo. Vão ter outras. Ou, se não tiverem outras, a gente vai perder espaço para empresas globais, quando a gente deveria estar gerando esse tipo de valor no Brasil.
O executivo diz acreditar no capitalismo consciente. “Eu acho que eu tenho a obrigação de devolver algo bom para sociedade. Devolver, seja com dinheiro, com investimento, com educação, que é uma área que a iFood só existe por causa da educação, devolver com tecnologia. A gente tem um monte de projetos ligados à tecnologia, porque como a iFood é um centro de tecnologia no Brasil, distribuir isso para áreas públicas em volta alavanca o Brasil numa área que é fundamental pra gente”.
No mês passado, o ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, criticou a rede iFood ao divulgar a regulamentação do trabalho em aplicativos de transporte no Brasil.
Fonte: UOL Economia