Atualmente, apenas 5% da fabricação de tecidos estampados é feita por meios digitais; tecnologia pretende aumentar velocidade e reduzir perdas
A HP Brasil está expandindo sua atuação para o mercado de impressoras digitais para tecidos de vestuário. O setor de manufaturados têxteis deve faturar R$ 55,3 milhões no país este ano, segundo dados da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção, o que representa um aumento de 10,5% em relação ao resultado de 2020. Atualmente, entretanto, apenas 5% da produção de tecidos estampados é feita por meio digital.
Claudio Raupp, presidente da HP Brasil, afirma que a nova HP Stitch, importada da Ásia, complementa a oferta de impressão gráfica de grandes formatos para comunicação visual, embalagens, fotografias e quadros. A empresa oferece impressão com outra tecnologia, desde 2009, para itens decoração no país, incluindo materiais plásticos e estofados, que não demandam muitas lavagens.
Atualmente, segundo a HP, o método de estamparia de tecidos mais usado por 60% da indústria têxtil é o de sublimação – aplicação de tintas em uma superfície utilizando uma prensa de calor – que costuma gerar diferenças de padrão entre as estampas.
“Reproduzir a cor correta no tecido e repetir a consistência de cor pé um problema importantíssimo na indústria têxtil”, diz Raupp, em entrevista ao Valor.
O novo equipamento, que tem preço sugerido de R$ 100 mil, usa um sistema que primeiro imprime a estampa em um papel especial, e então transfere a impressão ao tecido com uma prensa térmica. O sistema inclui um dispositivo chamado espectrofotômetro que avalia, em tempo real, se a qualidade impressa é a mesma programada na impressão.
O executivo lembra também que a produção local dá mais independência a estilistas e confecções da importação de tecidos da China. “Os custos logísticos mais do que triplicaram na pandemia”, lembra o executivo. Ele cita por exemplo que o custo de um contêiner saltou de US$ 2 mil para US$ 8 mil no ano passado.
No Brasil, a produção de impressoras jato de tinta e a laser de pequeno porte é terceirizada junto à Flex e equipamentos de grande porte são importados.
A impressão de tecidos inclui ajuda da nuvem. “É só baixar a estampa na impressora de outra fábrica para começar a produzir imediatamente”, destaca Raupp.
Fonte: Valor Econômico