Aos 29 anos de idade, Rafael Bertani já tem história para contar. Trabalhou em uma grande empresa (o Grupo Multi) e também em cinco pequenas startups. Destas, duas vingaram, três naufragaram – mas todas lhe ensinaram muito. “Minhas três startups que não tiveram êxito falharam por um conjunto de equívocos meus, dos sócios, pela ausência de um modelo de negócios adequado e até devido à falta de atratividade do produto. Empreender, trabalhar no dia a dia de uma startup e errar é o melhor MBA que alguém pode ter. Eu nunca tive vergonha das minhas falhas”, afirma ele.
Hoje, Bertani é CEO da Ronaldo Academy, uma das maiores e mais promissoras redes de escolas de futebol do Brasil, capitaneada pelo ex-jogador e hoje empresário Ronaldo “Fenômeno”. A empresa projeta fechar 2016 com um faturamento de R$ 30 milhões, valor que deve dar um salto em 2017. Explica-se: hoje existem 25 unidades da Ronaldo Academy em funcionamento, sendo 19 no Brasil e 6 na China. No ano que vem, serão 37 no Brasil, 35 na China, 15 nos EUA e uma na Suíça. Um crescimento meteórico para uma companhia que surgiu “ontem mesmo”, em setembro de 2015.
“Conheci Ronaldo e o apresentei ao Carlos Wizard Martins, para quem eu trabalhava no grupo Multi. Convenci ambos de que a Ronaldo Academy seria viável se eles se unissem para o lançamento do negócio. Hoje, sou presidente e coinvestidor da empresa”, conta. Bertani é, também, genro de Carlos Wizard. Ele e Ronaldo travaram contato quando ambos compraram o Fort Lauderdale Strikers, um time dos EUA. “Lá apresentei ao Ronaldo um projeto de franquias, montei o modelo de negócio, trouxe o Carlos como investidor e entrei como CEO. Hoje, chegamos a esse resultado sensacional.”
O jovem e arrojado executivo estudou direito na Unesp e administração nos Estados Unidos. Viveu dois anos na China como diretor para o país do grupo Multi. Sua receita para o sucesso: “Primeiro, foco na produtividade e na satisfação de nossos colaboradores. Além disso, tenho uma visão intrínseca a muitas startups: fazer mais com menos. Nosso escritório é muito peculiar – todos trabalhamos em um espaço aberto com baias, inclusive eu, além de uma sala fechada para privacidade e concentração. Isso reduz as despesas operacionais, facilita a comunicação e reforça o conceito de que somos um time”