Espaço da grife francesa ocupa imóvel dos anos 1940 com itens que vão de joias às famosas bolsas
O mercado de luxo tem enfrentado um cenário turbulento em todo o mundo: desaceleração da China, crise na Rússia e no Brasil, incertezas geradas pela tensão pré-Brexit, oscilações no mercado americano e, para coroar, baixa no turismo na principal capital da moda, Paris, por causa dos atentados terroristas. O crescimento nas vendas deve ficar entre zero e 2% neste ano, um índice tímido, se levarmos em conta as taxas espetaculares da década passada.
Mas nada disso parece afetar a Hermès. Prestes a completar 180 anos em 2017, a grife francesa, que é sinônimo de um luxo discreto e focado na mão de obra artesanal de excelência, acaba de anunciar um feito e tanto: um crescimento de 8,1% no segundo trimestre de 2016 em relação ao mesmo período no ano passado.
Controlada pelos descendentes de seu fundador, Thierry Hermès, presente em 49 países, com 12 mil empregados em todo o mundo e faturamento de cerca de R$ 17 bilhões em 2015, a marca acaba de juntar uma pérola a sua coleção de 316 lojas espalhadas por cinco continentes: a primeira butique no Rio de Janeiro, na Rua Garcia D’Ávila, no coração de Ipanema – a segunda no Brasil. Em São Paulo, a Hermès fincou bandeira no Shopping Cidade Jardim há quase 7 anos. E, para encerrar o capítulo números, faz 100 anos que o primeiro cliente brasileiro encomendou na sede de Paris apetrechos para seus cavalos. Era carioca.
Inaugurada neste sábado (23), a loja do Rio ocupa 147 metros quadrados de uma casa de dois andares dos anos 1940, com piso no tradicional mosaico Faubourg, em amarelo e branco e cabochões de vidro em bronze dourado, e painéis de madeiras brasileiras, como a peroba-do-campo e a sucupira.
As vitrines são assinadas pela artista plástica holandesa Noa Verhofstad, representando em miniaturas cenas de competição dos Jogos Olímpicos e o teatro equestre da Académie Royale de Versailles. Nas prateleiras, estão itens dos 16 métiers da grife, das joias aos maiôs, passando pelos famosos lenços de seda e pelas cobiçadas bolsas Birkin, Constance e Kelly. Recentemente, um modelo Birkin de crocodilo albino foi arrematado num leilão por mais de R$ 1,2 milhão.
O mercado de luxo tem enfrentado um cenário turbulento em todo o mundo: desaceleração da China, crise na Rússia e no Brasil, incertezas geradas pela tensão pré-Brexit, oscilações no mercado americano e, para coroar, baixa no turismo na principal capital da moda, Paris, por causa dos atentados terroristas. O crescimento nas vendas deve ficar entre zero e 2% neste ano, um índice tímido, se levarmos em conta as taxas espetaculares da década passada.
Mas nada disso parece afetar a Hermès. Prestes a completar 180 anos em 2017, a grife francesa, que é sinônimo de um luxo discreto e focado na mão de obra artesanal de excelência, acaba de anunciar um feito e tanto: um crescimento de 8,1% no segundo trimestre de 2016 em relação ao mesmo período no ano passado.
Controlada pelos descendentes de seu fundador, Thierry Hermès, presente em 49 países, com 12 mil empregados em todo o mundo e faturamento de cerca de R$ 17 bilhões em 2015, a marca acaba de juntar uma pérola a sua coleção de 316 lojas espalhadas por cinco continentes: a primeira butique no Rio de Janeiro, na Rua Garcia D’Ávila, no coração de Ipanema – a segunda no Brasil. Em São Paulo, a Hermès fincou bandeira no Shopping Cidade Jardim há quase 7 anos. E, para encerrar o capítulo números, faz 100 anos que o primeiro cliente brasileiro encomendou na sede de Paris apetrechos para seus cavalos. Era carioca.
Inaugurada neste sábado (23), a loja do Rio ocupa 147 metros quadrados de uma casa de dois andares dos anos 1940, com piso no tradicional mosaico Faubourg, em amarelo e branco e cabochões de vidro em bronze dourado, e painéis de madeiras brasileiras, como a peroba-do-campo e a sucupira.
As vitrines são assinadas pela artista plástica holandesa Noa Verhofstad, representando em miniaturas cenas de competição dos Jogos Olímpicos e o teatro equestre da Académie Royale de Versailles. Nas prateleiras, estão itens dos 16 métiers da grife, das joias aos maiôs, passando pelos famosos lenços de seda e pelas cobiçadas bolsas Birkin, Constance e Kelly. Recentemente, um modelo Birkin de crocodilo albino foi arrematado num leilão por mais de R$ 1,2 milhão.
O coquetel de abertura teve a presença do vice-presidente mundial, Florien Craen, que festejou o fato de a marca ser, pela primeira vez na história, a fornecedora oficial da selaria de uma equipe olímpica de equitação: a seleção brasileira. “Há 42 anos, fizemos uma parceria com o cavaleiro Nelson Pessoa na criação de uma sela, antecessora da atual sela de salto Brasília”, relembrou Florian. “Estamos muito felizes de participar da Olimpíada no Rio e de abrir a loja a tempo do evento.”
Não por acaso, a decoração do jantar para poucos e bons que se seguiu à inauguração teve cavalos de arbustos que “saltavam” sobre as cabeças dos convidados. A noite aconteceu no histórico palacete do casal Jorge e Odaléa Brando Barbosa, no Jardim Botânico. O imóvel do século XIX, que ocupa um terreno de 12.000 metros quadrados, foi, durante 40 anos, a residência desses grandes colecionadores de arte sacra. Jorge morreu há 14 anos, sua viúva ainda mora na casa – sem filhos, ela decidiu legar o imóvel ao Museu de Arte Sacra de São Paulo, que vai instalar ali o futuro Instituto Jorge Brando Barbosa quando ela faltar.
Vestida de laranja, cor das caixas e sacolas da Hermès, Odaléa, de 87 anos, preferiu não participar da festa. “A noite é da Hermès, estou feliz de abrir a casa para eles”, disse-me a grande dama da sociedade carioca quando subi a escadaria para cumprimentá-la. “Essa coleção nasceu da minha história de amor com o meu marido e do nosso amor pela arte. Sinto que, quando ele se foi, foi-se também a luz da minha vida.”
No térreo, os convidados, que iam de Pedro Bial ao casal Boninho e Ana Furtado, passando pelas artistas plásticas Beatriz Milhazes e Adriana Varejão, pela filantropa Bethy Lagardère (fidelíssima cliente da Hermès há mais de 30 anos) e pela apresentadora Glória Maria, não conseguiram ficar indiferentes à coleção Brando Barbosa, de cerca de 4 mil peças, e à beleza da casa. “Parece que estamos em outra dimensão, na de um Rio que não existe mais”, disse Pedro Bial. Pois ele existe – e foi o que os convidados da Hermès puderam conferir in loco.
As mesas, com arranjos de cacau e frutas-do-conde assinados por Vic Meirelles, foram colocadas no jardim do palacete. O menu tinha pratos de fusion das culinárias francesa e brasileira. Mas o ápice ficou para a sobremesa: um show surpresa de Caetano Veloso, com seis músicas executadas em banquinho e violão, de “Menino do Rio” a “Luz de Tieta”. E Vik Muniz, Glória Maria e Adriana Varejão não se fizeram de rogados: sentaram-se no chão, à beira do palco, para sorver a cantoria de Caetano, em momento mais do que inspirado.