A Cia. Hering sempre disse que sua estratégia para voltar a crescer está baseada em “P&L: produto e loja”. Agora, os responsáveis pelas duas frentes — Edson Amaro e Felipe Pivatelli — estão de saída, aumentando a expectativa do mercado sobre quem serão os substitutos.
As saídas dos executivos foram anunciadas ontem às respectivas equipes.
Amaro fica até o fim de julho; a saída de Pivatelli é imediata. Como nenhum dos dois é diretor estatutário, a companhia não fez um comunicado ao mercado, mas os nomes já não constam mais de seu site de RI.
Amaro era o principal executivo de marcas e produto, com cerca de 20 anos de casa.
Antes responsável pelas franquias internacionais, ele foi promovido em 2013 quando a Hering separou sua marca principal das marcas infantis e da Dzarm. Amaro ficou encarregado destas, e Luis Bueno, que veio da Natura, ficou com a marca Hering.
Com a saída de Bueno em 2015, Amaro assumiu todas as marcas (e uma agenda hercúlea): mudou todo o time da marca Hering e começou um processo de rejuvenescimento da marca, incluindo a melhoria de coleções e a redução do time-to-market.
De lá para cá, a Hering reformulou toda sua linha de básicos (quase 50% do faturamento da empresa) e criou um conceito internamente conhecido como ‘basicool’: itens básicos mais descolados, menos caretas. Nos produtos de moda, no entanto, a empresa ainda patina. “O Edson fez avanços, mas numa velocidade aquém do que a companhia precisa,” diz uma fonte com trânsito na empresa.
Pivatelli, o diretor de varejo, era a tentativa de renovação da área comercial — uma área sensível na qual grandes mudanças podem alienar os franqueados.
Em julho do ano passado, o CEO Fabio Hering dividiu a área comercial em duas: Ronaldo Loos permaneceu com o canal multimarcas, e Pivatelli, que tinha 10 anos de C&A e uma passagem pelo Grupo Malwee, ficou responsável por franquias e lojas próprias. (Antes de contratá-lo, a Hering passou quase dois anos entrevistando candidatos.)
A troca de executivos vem num momento em que a Hering está se renovando dos pés à cabeça. Este ano, a companhia nomeou Claudia Sciama e Andrea Mota para seu conselho. Sciama, uma veterana do Google no Brasil, conhece profundamente o ecommerce, uma área onde a Hering ainda não entregou. Mota é uma ex-diretora executiva do Boticário que já teve uma passagem anterior pelo board da Hering em 2015/2016.
Fonte: Brazil Journal