As prioridades da Hering para 2018 serão acertar mais nas coleções, melhorar a eficiência comercial e diminuir o tempo entre desenvolvimento da coleção e venda do produto, disse Fabio Hering, diretor-presidente, em apresentação para investidores e analistas durante o “Hering Day”, encontro com analistas em São Paulo.
“Neste ano tivemos uma enorme evolução nos lançamentos”, afirmou o executivo. A companhia investirá no desenvolvimento de categorias que geram volume, tendo como prioridade ser mais assertiva na moda feminina.
Outra iniciativa será diminuir o tempo entre desenvolvimento da coleção e venda do produto, agilizando a revisão do modelo de comercialização. Reduzir as sobras e faltas de peças e abastecer adequadamente os pontos de venda estão entre as estratégias para atender melhor o consumidor.
“Todas as ações são para colocar o consumidor no centro das decisões. Precisamos ter mais velocidade e aumentar a consistência das ações que estão dando certo”, pontuou o diretor-presidente.
O executivo disse aos analistas que atualmente um quarto das vendas da varejista de vestuário é proveniente de produtos importados da China.
‘Sell-out’
Durante o encontro, o diretor de varejo da companhia, Felipe Pivatelli, disse que a empresa vai focar sua estratégia nas vendas para o consumidor final. Segundo ele, a palavra de ordem da empresa é o “sell-out”, a venda direta ao consumidor por meio das lojas físicas e do comércio eletrônico. A empresa também realiza o “sell-in”, venda para outros varejistas e franqueados. “Queremos ter verdadeira obsessão pelo sell-out”, destacou o executivo, que está há quatro meses na companhia.
No acumulado de janeiro a setembro de 2017, houve um incremento de 5,7% nas vendas da Hering na comparação com o mesmo período do ano passado para R$ 1,3 bilhão. As vendas atingiram um pico em 2013, chegando a R$ 2,02 bilhões e vêm caindo desde então. Em 2016, foram R$ 1,75 bilhão.
De acordo com Pivatelli, esse plano passa por medidas como mexer na remuneração variável e na política comercial para direcionar estímulos, usar mais tecnologias para conhecer melhor os clientes e conseguir vender mais e realizar ajustes nas lojas e também no modelo de franquias – criando segmentações para relacionamento com os diferentes perfis de franqueados. O executivo também destacou as iniciativas de integração das lojas físicas com o varejo on-line sob o conceito de estratégia múltipla de canais.
Ao longo de 2018, a companhia vai implantar diferentes modalidades de compra, como a retirada na loja de produtos comprados pela internet, compra na loja física e entrega pela loja virtual e entrega de produtos comprados na internet pela loja. A expectativa é que em 2019 toda a rede, que hoje tem 791 lojas (sendo 700 franqueadas e 91 próprias) ofereçam todas essa alternativas.
Mercado externo
Com um mercado de vestuário de US$ 9,2 bilhões, a Argentina é um mercado foco para a Hering em sua estratégia de expansão internacional, segundo Ronaldo Loos, diretor comercial da companhia. Segundo ele, a melhora das perspectivas econômicas e o fim do protecionismo abrem espaço para que o país volte a ter uma relevância para marca. Em 2000, a Hering chegou a ter 50 lojas na Argentina. “Há uma expectativa que [Mauricio] Macri [presidente da Argentina] seja reeleito e fique no governo até 2023”, disse Loos durante o encontro.
Hoje, a Hering tem 19 lojas fora do Brasil, concentradas no Uruguai e no Paraguai. No Paraguai, foi iniciada, neste ano, a entrada da Hering Kids – linha de produtos que tem vendas concentradas dentro das lojas Hering. Da receita internacional, 75% vem de franquias e 25% de lojas próprias. No modelo de multimarcas, são cerca de cem pontos de venda. De acordo com Loos, o objetivo é abrir portas para chegar ao modelo de franquia. “São mercados que estão sendo conquistados para ganhar consistência da marca e descobrir em quanto tempo [a chegada das franquias] será possível. Vamos investir bastante”, disse.
Fonte: Valor Econômico