Apesar do sobrenome de enorme força no varejo nacional (faz parte da sexta geração herdeira da Cia. Hering), André, hoje com 30 anos, nunca teve muito contato com a empresa familiar, apesar de algumas boas recordações. “Uma das minhas memórias de infância é, junto ao meu pai, visitar as lojas na época de Natal”, conta. Entretanto, ainda que tenha tentado se aventurar pelo mercado financeiro e tecnológico, no início de 2012 ele pôde voltar a sentir-se “em casa”.
Na época, André e os irmãos, Thomas e Thiago Hering, já sondavam algumas marcas estrangeiras para trazer ao mercado brasileiro. “Os grandes nomes europeus eram uma opção, mas impunham ressalvas muito grandes em ter sócios ou em adaptar as coleções ao nosso consumidor local”, diz. “A Guess nos pareceu muito sólida, planejada e disposta à associação no Brasil. Era o que estávamos procurando.”
O início das operações, no fim de 2013, contou com duas lojas próprias e mais de 250 pontos de venda multimarca. Para a garantia de preços mais estáveis, os irmãos Hering investiram na fabricação nacional da grande maioria das peças e também no subsídio local da cadeia de suprimento, como a estrutura arquitetônica das lojas.
“O planejamento que montamos e o apoio externo que temos para isso foram essenciais para conseguirmos manter os preços e crescer em vendas e em unidades”, diz André, CEO da Guess Brasil. Hoje, 100% das peças jeans vendidas pela marca no país são feitas aqui. Mais da metade das peças masculinas lançadas na última coleção foi planejada e produzida para o consumidor local.
A Guess não divulga resultados financeiros locais (o faturamento global em 2015 foi de US$ 2,3 bilhões), mas aqui já são 15 lojas, seis franqueadas e mais de 400 pontos externos de vendas.