A Havanna, rede de franquias argentina conhecida por alfajores e doce de leite, trabalha desde o ano passado com a ideia de ter modelos de franquia mais sofisticados. Agora, deu mais um passo na mesma direção: a marca fechou uma parceria com o Santander para abrir cafeterias franqueadas dentro de agências bancárias com clientes classe A e B.
Localizada na Avenida Presidente Juscelino Kubitschek, região de alto poder aquisitivo em São Paulo, a unidade capitaneia um novo layout para as franquias da Havanna: o amarelo ovo deu lugar a tons mais amenos e móveis de madeira rústica, enquanto nas mesas o menu virou digital.
A Havanna repete em um dos seus maiores mercados, o Brasil, uma estratégia que já rendeu bons frutos internacionalmente. No Chile, já há uma cafeteria da rede em uma agência bancária do Santander. Vale lembrar que a marca argentina já fechou em solo nacional uma parceria com as livrarias da Saraiva, também para um modelo store in store (loja dentro de outro loja).
“O Santander e a Havanna se conversam muito bem em termos de posicionamento de marca, o que vai desde o nosso idioma e a cultura que nos rodeia até um público-alvo similar”, afirma Diego Schiano, diretor da Havanna no Brasil. “Os funcionários podem levar clientes na cafeteria e realizar encontros e reuniões, além de usar a loja como espaço de coworking.”
Além de atender membros e clientes do Santander, o espaço está aberto para quem passa pela avenida. A unidade pratica um horário diferente da agência – abrindo, inclusive, nos fins de semana. Com isso, vira uma oportunidade de atrair consumidores da região com um investimento inicial bem menor do que uma loja convencional (o que, por sua vez, aumenta a rentabilidade do negócio).
“[O Santander] tem certa ociosidade nos metros quadrados, porque as pessoas não vão mais tanto à agência. O público que eles levam hoje para reuniões sobre investimentos merecem bom atendimento e serviços de qualidade”, completa o diretor de marca.
No modelo store in store, o investimento inicial é de 356 mil reais, contra os 520 mil reais da loja tradicional. O prazo de retorno do novo formato é de 18 a 24 meses, usual da rede.
A unidade no Santander tem 150 m² e se tornou uma loja conceito para a rede, com treinamentos para os novos franqueados. Os novos lançamentos de cafeterias seguirão o mesmo layout da franquia na Avenida Presidente Juscelino Kubitschek.
A cafeteria na agência bancária do Santander foi lançada em março e “o movimento vem crescendo” a partir de investimentos em merchandising e boca a boca da região, de acordo com Schiano. Espera-se que a unidade retorne seu investimento com 18 meses de operação.
A Havanna já conversa com o banco espanhol para abrir lojas em mais pontos, tanto em São Paulo quanto nos estados de Minas Gerais e do Rio de Janeiro. Nos próximos doze meses, a marca espera alcançar 10 cafeterias no formato.
Ao todo, a marca argentina possui 53 cafeterias e quiosques e espera dobrar tal número até o fim deste ano. A Havanna aposta na expansão em regiões menos atendidas pela marca, como Norte e Nordeste, abrindo unidades em Belém, Manaus, Maranhão e Porto Velho.
Em 2017, a rede teve vendas aproximadas de 70 milhões de reais. O interesse dos brasileiros pelos alfajores e pelo doce de leite da marca animam as expectativas da Havanna, que espera crescer o número entre 20 e 25% neste ano, chegando a 90 milhões em vendas. A empresa tem como objetivo a instalação de 300 pontos de venda em todo o território nacional até 2020.
“Nós trazemos a lembrança da primeira viagem internacional de muita gente, e a mistura de um espaço para tomar café e escolher presentes deu muito certo por aqui. Em breve nossa operação brasileira pode chegar a ser maior do que a da Argentina, que possui 220 lojas”, afirma Schiano. Nem o clima de rivalidade da Copa do Mundo 2018 consegue frear as apostas da Havanna no Brasil.
Fonte: Exame