A participação do varejo digital na receita total deve chegar a algo entre 10% e 15%, embora o setor de moda tenha empresas com 25% de participação
Por Raquel Brandão
Dona das marcas Ipanema, Melissa e Rider, a fabricante de calçados Grendene tem registrado avanços nas vendas digitais desde que internalizou a operação. No primeiro trimestre deste ano, as vendas brutas totais saltaram 300%, segundo a companhia, representando 3,7% das vendas no Brasil. Nesse período, a receita bruta no país somou R$ 429,9 milhões, 8,9% abaixo do mesmo período de 2021.
De acordo com o diretor de relações com investidores, Alceu Albuquerque, a participação do varejo digital na receita total da companhia deve chegar a algo entre 10% e 15%, embora o setor de moda tenha empresas com 25% de participação. Como muitos dos produtos têm valor baixo, o preço do frete pesa. Ainda assim, a empresa superou 170 mil pares vendidos no trimestre por canais digitais.
A exceção é a marca Melissa, de maior tíquete médio. A empresa desenvolve, agora, um aplicativo para a marca, que deve ser lançado ainda no segundo trimestre deste ano e já começou a operar com entregas no mesmo dia em lojas da Melissa em São Paulo.
No exterior, a Grendene Global Brands (GGB) relançou a loja on-line da Melissa e registrou crescimento de 100% nas vendas, segundo a empresa.
A companhia, aliás, aposta no mercado externo para sustentar seu crescimento não só no curto prazo. “Grande ‘drive’ de crescimento da empresa em médio a longo prazo é o mercado internacional”, disse o diretor. No trimestre, o volume de exportação cresceu 18,9%, para 9,7 milhões de pares.
A expectativa é de que esses números aumentem a partir das primeiras negociações feitas pela GGB nos Estados Unidos e na China. No mercado americano e canadense, a GGB deve fechar os primeiros contratos de pedidos agora em maio. Na China, a companhia tem sofrido atrasos em seus planos por causa dos lockdowns estabelecidos pelo governo chinês por aumento de casos de covid-19.
Fonte: Valor Econômico