Segundo Alexandre Birman, empresa tem sido procurada por grifes internacionais e “braço de licenciamento” vai se expandir
Por Raquel Brandão
O desempenho positivo da marca de tênis Vans está fortalecendo o segmento de licenciamento de marcas do grupo Arezzo, segundo presidente da empresa, Alexandre Birman. “Nosso braço de licenciamento, hoje, está muito preparado. Temos sido procurados por grandes marcas globais que querem entrar no mercado brasileiro, dado nosso trabalho com a Vans. Essa divisão vai passar a tomar mais corpo dentro da nossa matriz”, afirmou.
De acordo com Birman, a marca de moda urbana já representa 13% da operação da Arezzo &Co. Como exemplo, o executivo citou a loja inaugurada no terceiro trimestre na Avenida Paulista, a maior da marca na América Latina. No primeiro mês de operação as vendas chegaram a R$ 1,3 milhão, valor que foi superado no mês de outubro, quando as vendas chegaram a R$ 1,4 milhão.
A projeção da Arezzo é de que a receita da marca varie entre R$ 450 milhões e R$ 500 milhões no ano que vem, com a perspectiva da receita bruta anual chegar a R$ 700 milhões em até três anos.
Arezzo: “Essa divisão vai passar a tomar mais corpo dentro da nossa matriz”, diz Birman sobre braço de licenciamento da empresa — Foto: Divulgação
Fusões & aquisições
Embora tenha reiterado que o foco da Arezzo está no crescimento orgânico, o presidente da empresa não descartou a possibilidade de novos movimentos de fusão e aquisição. “Nosso grande foco é o crescimento orgânico, mas temos nos dedicado a tomar decisões que sejam as melhores para empresa.
De acordo com ele, a companhia tem conversado com empresas de grande e pequeno porte. “Nossa visão é sempre de um crescimento sólido e estruturado.”
Na teleconferência de resultados, a direção da companhia foi questionada acerca da notícia de que a Arezzo estaria interessada no Grupo Soma. Embora não tenha respondido diretamente sobre o caso específico, Birman afirmou que o grupo está “preparado” para questões de crescimento inorgânico, “seja através de investimento por próprio caixa ou através de diluição.”
Otimismo
“Em terra de cego, quem tem olho é rei”, diz Birman, confiante de que o ritmo de vendas seguirá acelerado com a retomada consistente do comércio físico após meses de atividades oscilando por causa da pandemia.
“Nossas marcas já estão praticamente isoladas”, disse referindo-se à participação de mercado das marcas do grupo. “Nossas marcas-legado quase não têm concorrência”, acrescentou. Birman destaca que todos os negócios tiveram crescimento “exponencial” de suas margens de contribuição já no terceiro trimestre.
Receita recorde
Diante disso, segundo o executivo, a retomada tem sido “quase assustadora”. O executivo adiantou os números de outubro, mês em que houve recorde histórico de receita, chegando a R$ 393 milhões.
“Na segunda-feira, 1º de novembro, vendemos igual ao último sábado de outubro. Realmente é forte essa retomada. As pessoas estão investindo e todas as nossas marcas têm tido destaque. Esperamos que novembro e dezembro consolide essa trajetória.”
No terceiro trimestre, a Arezzo registrou um avanço de 87% na receita líquida, chegando a R$ 777,9 milhões. A receita bruta saltou 82%, para R$ 953,6 milhões, com a margem melhorando 7,4 pontos percentuais.
O executivo atribuiu a melhora operacional ao mix de canais, em especial com maior venda direta ao consumidor, e à capacidade da companhia de flexibilizar sua produção para lidar com a pressão dos custos. Segundo Birman, a Arezzo tem a vantagem de ter uma estrutura verticalizada de desenvolvimento de produto, mas não ter ativos industriais de grande porte, o que permite mudar com mais rapidez fornecedores e matérias-primas para cada coleção.
“Conseguimos fazer gestão integral da cadeia de valor e temos flexibilidade para gestão de produtos.”
Fonte: Valor Econômico