A importadora e varejista de vinhos Grand Cru deu início neste ano a uma nova fase de expansão, por meio da abertura de franquias. No ano passado, a companhia inaugurou 13 lojas próprias, com investimento da ordem de R$ 10 milhões. Neste ano, prevê abrir pelo menos 15 franquias.
A rede possui atualmente 57 pontos de venda em operação no país, sendo 22 próprios e 35 franquias.
Do total de 15 lojas a serem abertas neste ano, três começaram a operar no primeiro semestre. Luciano Kleiman, presidente da Grand Cru, disse que mais da metade das novas lojas serão de empreendedores que ainda não tinham franquia da rede. As lojas possuem modelos que demandam investimento inicial entre R$ 600 mil e R$ 1 milhão e prazo médio de retorno de 30 meses.
“A expansão será mais forte na região Sudeste, embora a companhia já tenha operação em 20 Estados, em todas as regiões do país”, afirmou Kleiman.
A empresa registrou no ano passado uma receita pouco superior a R$ 200 milhões. Para este ano, com a expansão de lojas, o executivo estima um crescimento de aproximadamente 30%.
A Grand Cru opera com 1,9 mil rótulos de vinhos importados, com preços que variam de R$ 39 a R$ 20 mil a garrafa. Os rótulos são vendidos com exclusividade pela rede no Brasil. A exceção são as linhas de vinhos bordeaux.
No primeiro semestre, as vendas da Grand Cru cresceram 32,4% em receita, segundo o executivo. “No Brasil, o mercado concentra-se muito na venda de vinhos chilenos. Nosso diferencial é ter uma carta forte de vinhos de outras nacionalidades, como Argentina, Itália e França”, afirmou Kleiman.
Além do portfólio diferente, o executivo disse que a companhia não repassou para os preços ao consumidor a alta sofrida pelos vinhos importados por conta da valorização do dólar frente ao real. Com reajustes menores, a demanda pela bebida também cresceu.
De acordo com dados do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, as importações de vinhos cresceram 2,2% no país no acumulado de janeiro a julho, para 64,4 milhões de litros. Em valores, houve incremento de 12,8%, para US$ 204,5 milhões.
A Grand Cru foi fundada em 1998 na Argentina, pela família Levy, e chegou ao Brasil em 2002. Em abril de 2015, a gestora de fundos Aqua Capital adquiriu o controle acionário da empresa, por uma quantia não revelada. Com os recursos do fundo, o plano era ampliar o número de lojas de 40 para 70 unidades entre 2015 e 2017.
De acordo com Kleiman, essa expansão foi paralisada em 2016, devido ao agravamento da recessão econômica no país. No ano passado, a companhia retomou o projeto, com a melhora do consumo de vinhos no país.
O executivo estima que o consumo de vinhos aumentará no Brasil nos próximos anos, com o aumento gradual do consumo nas famílias e a tendência de consumo de vinhos pelos “millenials” (consumidores mais jovens, ao redor de 20 anos), especialmente vinhos do tipo rosé. No curto prazo, no entanto, o executivo estima que o mercado será pressionado pela alta recente do dólar e seu reflexo nos preços da bebida.
Fonte: Valor Econômico