Grupo Pão de Açúcar vê uma tendência positiva para as vendas do multivarejo após uma série de ajustes nas operações das bandeiras Extra e Pão de Açúcar, que segundo executivos da companhia já refletem no desempenho de março e abril e contribuíram para a retomada da liderança no setor.
“Após um início de trimestre difícil no multivarejo, vimos sólida recuperação de vendas em março e essa tendência continua sendo observada em abril, o que nos deixa confiantes na retomada do negócio”, afirmou o diretor vice-presidente de Finanças do GPA, Christophe José Hidalgo, em teleconferência com analistas sobre os resultados do primeiro trimestre.
Na véspera, a companhia anunciou lucro líquido consolidado de 226 milhões de reais entre janeiro e março, superando em 7,8 por cento o resultado do mesmo período de 2017, com alta de 7,5 por cento na receita líquida total, para 11,34 bilhões de reais.
“Decisões bastante acertadas nos levaram a retomar a posição de maior varejista alimentar do Brasil…estou convencido de que essa liderança vai se diferenciar mais daqui para frente”, disse Ronaldo Iabrudi, que a partir desta sexta-feira deixa a presidência-executiva do GPA para Peter Estermann, passando ao cargo de vice-presidente do conselho de administração da empresa.
Em 13 de abril, a Reuters noticiou que o grupo controlado pelo francês Casino havia novamente encostado no rival Carrefour Brasil, que até o final de 2017 liderava o ranking da Associação Brasileira de Supermercados (Abras) de maiores empresas supermercadistas do país.
Segundo Hidalgo, o desempenho positivo do GPA no primeiro trimestre reforça a expectativa de crescimento de vendas mesmas lojas alinhado à inflação no multivarejo, e acima da inflação no Assaí.
Em seu primeiro dia como presidente-executivo, Estermann adiantou que o grupo vem trabalhando em uma revisão do formato Extra Super, cujos detalhes devem ser anunciados no terceiro trimestre.
“Estamos conduzindo diferentes frentes…mas é no Extra Super que vemos mais oportunidades e para onde direcionamos mais esforços para reversão do negócio”, explicou o diretor-executivo da bandeira Extra, Alberto Calvo. Ele acrescentou que a empresa está reformulando o mix de produtos e o modelo de operação no curto prazo, e iniciando um projeto piloto em 20 lojas com foco regional no médio prazo.
No caso do Pão de Açúcar, o GPA seguirá “a todo vapor” com a reforma de lojas, buscando manter os ganhos de participação de mercado e rentabilidade elevada, disse Marcelo Bazzali, diretor-executivo da bandeira.
No segmento de formatos especiais, incluindo as lojas Extra Mini e Minuto Pão de Açúcar, assim como postos de gasolina e drogarias, a empresa já começa a colher os resultados de revitalizações e trabalhos para melhoria em infraestrutura, com alta tanto em fluxo de clientes como em vendas, de acordo com diretor-executivo Frederic Garcia.
Assaí
Para o atacarejo, que conforme Iabrudi cresceu mais de três vezes em representatividade dentro do GPA, a expectativa é de manutenção do forte desempenho observado no primeiro trimestre, marcado por salto de 25,2 por cento na receita líquida.
“Temos projetos já em andamento para que o Assaí consiga manter crescimento”, comentou o diretor de negócios de atacado, Belmiro Gomes, citando novas políticas de mix e produtos e atividade e relacionamento com cliente pessoa jurídica.
Na avaliação dele, a deflação dos alimentos foi o “grande desafio” para o atacarejo no primeiro trimestre e só se espera alívio dos efeitos a partir do segundo semestre.
Às 13:53 (horário de Brasília), as ações do GPA subiam 4,67 por cento, cotadas a 79,55 reais, figurando entre os principais destaques positivos do Ibovespa, que por sua vez tinha elevação de 0,3 por cento.
Fonte: Exame