Por Juliana Schincariol | O GPA tem planos para vender três ativos não estratégicos, com valores que podem ficar entre R$ 700 milhões e R$ 800 milhões. Esses projetos foram iniciados no começo do ano e devem ser concluídos até dezembro, estima o diretor e vice-presidente de finanças e de relações com investidores da companhia, Guillaume Gras.
Segundo o executivo, um dos projetos é a venda de 13 lojas, que representa pouco mais de R$ 300 milhões e deve ser concluído no fim do segundo trimestre. Há também planos de venda do edifício onde fica a sede administrativa da companhia, no Jardim Paulista, em São Paulo, que representa R$ 250 milhões. “No início do segundo trimestre devemos fechar a operação sobre a venda da sede”, afirmou, em teleconferência com analistas nesta quinta-feira.
Até o fim do ano também deverá ser realizada a venda de uma loja de hipermercado no Rio de Janeiro. A unidade, localizada na Barra da Tijuca, já está fechada e é avaliada em R$ 250 milhões, de acordo com o diretor. “Há outros ativos pequenos, que representam menos de R$ 100 milhões”, disse.
A margem bruta do GPA deve ficar entre 26% e 27% após o trabalho de revisão de sortimentos que vem sendo realizado na companhia, afirmou o presidente Marcelo Pimentel.
“É um processo que se iniciou na bandeira Pão e agora começa a cascatear pelas lojas de proximidade e para as demais lojas, inclusive no digital”, disse em teleconferência com analistas. O resultado do primeiro trimestre mostra essa evolução, acrescentou.
Na comparação com o quarto trimestre de 2022, a margem bruta subiu 1,2 ponto percentual, para 24,4%, impactada pela melhora no crescimento de mesmas lojas do formato premium, negociações comerciais, aumento da penetração de perecíveis e redução da perda.
Já em relação ao mesmo trimestre de 2022, quando foi de 26,9%, houve recuo de 2,5 pontos da margem bruta. Segundo o GPA, isso se deu pela alta da inflação com impacto em custos de mercadorias, mão de obra e logísticos. Além disso, houve ajustes decorrentes do reposicionamento das bandeiras e formatos e que começam a mostrar “resultados efetivos” a partir do primeiro trimestre de 2023.
Durante a teleconferência, o executivo também mencionou que a empresa começou o segundo trimestre em “outro patamar”, com vendas recordes na Páscoa em diversas categorias.
A penetração das vendas on-line permanece acima de 10% e a ambição é chegar próximo de 15% no fim do ano, de acordo com Pimentel. “Mudamos o modelo de precificação para ser mais do que um contribuinte de vendas, mas também de resultados. Queremos um crescimento sustentável do digital, adicionando valor ao resultado total da empresa”.
Ainda segundo o executivo, está sendo realizada uma migração para que as lojas físicas se tornem um “hub”. “Estamos diminuindo a participação de vendas on-line saindo dos centros de distribuição, isso sem dúvidas contribui para o resultado total da empresa”, afirmou.
Gras notou ainda que o projeto de segregação do Grupo Éxito do GPA deve ser concluído até junho.
A partir do primeiro trimestre de 2023, foi concluída a aprovação do programa de BDRs nível II do Éxito pela CVM e B3, além de outros trâmites. A efetiva implementação da segregação depende ainda do registro do programa American Depositary Receipts (ADRs) nível II do Éxito na Securities and Exchange Commission (SEC) e das autorizações dos órgãos reguladores colombianos para efetiva transferência dos ADRs e BDRs do Éxito aos acionistas de GPA, o que se espera que ocorra no segundo trimestre de 2023.
Fonte: Valor Econômico