Depois de chegar a 20% de vacância em 2015, no meio da retração econômica, os espaços administrados pelo GPA Malls, unidade de negócios responsável pela gestão das galerias comerciais do grupo, conseguiu reduzir para 8% o indicador. Entre as estratégias que para melhorar o desempenho está a ampliação do perfil do locatário.
De acordo com o diretor executivo do GPA Malls, Luiz Henrique Costa, assim como o resto do mercado brasileiro, em 2015 a empresa teve que lidar com níveis de inadimplência em 22% e vacância em 20%. Os dados, no entanto, estão em patamares menores, com as dívidas ficando abaixo de 10% e a vacância em torno de 8%, com um potencial de diminuir um pouco mais até o final do ano, chegando a 7%.
Além de um cenário econômico melhor que o de 2015, o executivo conta que a mudança de estratégia nas galerias também tem surtido efeito. Um dos pontos alterados, segundo ele, foi o perfil do locatário da loja. “A gente tem trabalhado com várias marcas nacionais que não eram foco”, comentou.
Um exemplo são as academias de ginástica, hoje consideradas um destino para quem sai de casa, e os pet shops. No caso deste último, o executivo ressalta que exigiu uma quebra de paradigma. “As lojas do grupo também vendem produtos para animais, como os alimentícios. Mas hoje, os pet shops se desenvolveram de tal forma com produtos premium, que não competem com nossas lojas.”
Além destes segmentos, ele afirma que tem aumentado o mix de restaurantes e incluído alguns serviços de entretenimento, como cinemas. “Além disso, há segmentos que não existiam, como os self-storages da forma que são hoje”, diz.
Para ele, apostar neste tipo de empreendimento, não apenas ajudou na redução de vacância, mas também na melhora dos resultados do supermercado, já que atrai um grande volume de pessoas. “É um caminho sem volta. O formato de supermercado está sendo reinventado e a galeria é uma complementariedade muito boa para negócios”, diz. Para ele, a tendência de one stop shop veio para ficar.
Um caso exemplificado pelo executivo é o de um supermercado da marca Extra, localizado em Interlagos, que estava perdendo clientes e após a duplicação da galeria e revisão do mix de lojas, foi possível estagnar essa queda. “Começou a parar de perder movimento. Vemos pessoas comentando com o gerente ou funcionários sobre como não iam mais e agora voltaram. Lá, a praça de alimentação tinha menos opções e agora é mais completa. Muitos vão com a família no supermercado e depois almoçam, ou vice-versa”, destaca.
Outro indício de que as galerias estão ganhando relevância é o espaço que os novos empreendimentos estão dedicando para o uso. A unidade Extra que está sendo construída em São José dos Campos (SP) terá uma galeria de cerca de quatro mil metros quadrados (m²). “A galeria está praticamente locada antes de ser concluída”, comemora ele, ressaltando que, ao todo, a área bruta locável (ABL) administrada pelo GPA Malls soma 300 mil m².
A estratégia para o braço de negócios está alinhada com as mudanças que o Grupo GPA praticou nos últimos anos. Desde o início da crise a varejista repensou o uso de cada uma das bandeiras, e com a expansão dos atacarejos e maior força dos mini mercados, os grandes hipermercados precisaram se reinventar para se manter relevantes. A inserção das galerias foi uma das soluções encontradas.
Com relação ao preço cobrado para a locação dos espaços, Costa conta que os valores ainda não se recuperaram integralmente, mas a baixa está atrelada ao momento reticente do mercado imbiliário.
Benefícios
Outra ação que o GPA Malls tomou para atrair novos lojistas e manter os existentes foi o lançamento do programa “Mãos Dadas” que dá suporte aos empresários que operam nas galerias. O programa, que começou em novembro passado, já soma cerca de 60 lojas aderidas. “A ideia é fazer para todos os lojistas até 2019”, comenta.
Com ele, o lojista tem acesso a benefícios que permitem reduzir os custos operacionais, como soluções de meios de pagamento e crédito pré-aprovado através de cartão da bandeira Multibenefícios do GPA; e o portal de compras, para que os lojistas adquiram insumos para seus negócios.
Fonte: DCI