“A palavra precisão vai ser fundamental para nossos resultados. O ano será do básico bem feito”, afirmou Jorge Faiçal, CEO da Multivarejo, divisão do GPA responsável pelas marcas Pão de Açúcar e Extra, em teleconferência para analistas de mercado, realizada ontem (20/02). Segundo o executivo, neste ano o objetivo da unidade de negócios, cujos resultados estão aquém do esperado pelos investidores, é acelerar as iniciativas bem-sucedidas e recuperar os negócios que desaceleraram.
No ano passado, a divisão praticamente andou de lado. A receita líquida teve uma ligeira variação nominal de 0,8%, alcançando R$ 26,4 bilhões. O Ebitda apresentou queda de 12% e totalizou R$ 1,9 bilhão. Parte disso é reflexo da queda na margem bruta, que foi de 1,7 ponto percentual (pp) sobre 2018, ficando em 26,3%. De acordo com Faiçal, a pressão vem principalmente da concorrência com as redes regionais e das políticas promocionais dos seus hipermercados. O formato segue impactado pela migração das compras de abastecimento para o cash & carry.
Faiçal ressaltou que, neste primeiro trimestre, já deverá haver uma melhora nos números do Multivarejo. Um dos motivos é o amadurecimento das vendas em 92 unidades que foram convertidas de Extra Super para Mercado Extra e Compre Bem e em 20 filiais da marca Pão de Açúcar, que foram reformadas em 2019. Com isso, a bandeira totalizou, no ano passado, 46 lojas dentro do modelo “última geração”, que representam 40% da sua receita.
Mas para enfrentar o atual cenário, chamado de “desafiador” pelo CEO, a companhia vai focar em cinco principais estratégias neste ano:
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Transformar em Mercado Extra as 49 lojas Extra Super que faltam, eliminando essa marca do seu portfólio
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Retomar o crescimento orgânico do Pão de Açúcar, com a inauguração de dez lojas no ano
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Ampliar, no e-commerce, o número de lojas que atuam com o modelo Express (em que a mercadoria sai da loja). Nas filiais onde essa modalidade está implementada, a venda online responde por mais de 5% da receita
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Expandir o modelo de proximidade com a abertura de 20 a 30 unidades da bandeira Minuto Pão de Açúcar. O formato cresce há sete trimestres consecutivos. No ano fechado de 2019, a alta no faturamento foi de 7,7% nominal
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Recuperar o modelo hipermercado priorizando os não alimentos. “Temos um plano forte de retomada de vendas e de rentabilidade com foco nos eletrônicos”, afirmou Faiçal. “Em paralelo reestruturaremos a política de preço, que será segmentada por região com o objetivo de ser mais assertiva”, disse. Outro ponto ressaltado pelo CEO do Multivarejo foram os ganhos de eficiência operacional. A ideia é, por meio de novas ferramentas tecnológicas e processos, reduzir a ruptura e as quebras. “Teremos um controle de abastecimento mais rigoroso, sobretudo nos perecíveis”, enfatizou.
Além disso, conforme adiantou o Portal SA Varejo, em matéria publicada no dia 12/12/2019 , 10 hipermercados serão vendidos ou fechados por terem um desempenho abaixo do esperado. Outras 10 unidades serão convertidas em Assaí neste ano e mais 10 no ano que vem. “Internamente chamamos esse plano de 10/10/10”, contou Faiçal.
Resultado Geral
A receita líquida consolidada do GPA alcançou R$ 61,5 bilhões em 2019, o que representa uma alta de 14,8%. Já o lucro dos acionistas foi de R$ 790 milhões, montante 31% menor do que o do ano anterior. A queda se deve, em parte, às despesas de aquisição da operação da colombiana Êxito, adquirida em novembro do ano passado.
Já o GPA Alimentar, que considera apenas as operações de varejo alimentar e cash & carry dentro do Brasil, teve uma receita líquida de R$ 54,4 bilhões em 2019. Com isso, apresentou crescimento de 10,4%.
Fonte: S.A. Varejo