O Grupo Pão de Açúcar apresentou resultados bastante positivos no terceiro trimestre, com lucro de 215 milhões de reais e receitas de 13,3 bilhões de reais, alta de 12,8%, e ganhou participação de mercado em todas as categorias. No entanto, ainda não está satisfeito e tem grandes projetos para a bandeira Extra, que representa 30,5% das vendas do grupo no segmento alimentar.
Depois de desafios com a bandeira, como queda nas receitas por conta da deflação alimentar nos últimos trimestres, o grupo tem um novo plano para um de seus formatos. Irá converter todos os 163 Extra Supermercados para outras bandeiras, cerca de 50% para Compre Bem e 50% continuará como Extra, mas com novo nome, Mercados Extra.
A bandeira Compre Bem, relançada em junho deste ano, começou com um projeto piloto que irá converter 13 lojas Extra Supermercado, todas no estado de São Paulo, para a marca. O formato, voltado para competir com mercados regionais, “é disruptivo, com conceitos muito diferentes do que trabalhamos no Extra”, afirmou o presidente Peter Estermann, presidente-executivo do GPA em teleconferência com analistas. Com uma média de 1.700 metros quadrados, tem destaque para perecíveis, açougue e padaria.
A empresa, que é a maior varejista brasileira e faturou 77 bilhões de reais no ano passado, se esforça para revitalizar o formato Extra desde 2017. Desde então, fez diversas mudanças no sortimento de lojas e preços. O Extra representa 30,5% das vendas totais do grupo no segmento alimentar, segunda maior participação depois do atacarejo Assaí.
Eventos promocionais, como Dia dos Pais e Volta às Aulas, se tornaram importantes para atrair consumidores às lojas. Com ambiente promocional, as lojas também buscam se destacar da concorrência. No trimestre, as vendas de Extra cresceram 1,5%, acima do mercado, diz a companhia. O destaque ficou com o Extra Hiper, que tem 112 unidades, diz a empresa.
Mesmo assim, o número de unidades Extra diminui a cada trimestre. Além das conversões para Compre Bem, muitas unidades já foram convertidas em Assaí, a bandeira campeã de crescimento e vendas do grupo.
O atacarejo, que já é responsável por 47,8% de todo o faturamento do grupo, contou com as conversões como um grande impulso para crescer. O investimento para conversão é menor do que para construir um local novo e a loja já era destino para alguns consumidores.
Funcionou bem e as vendas das lojas convertidas eram cerca de 2,5 vezes superiores. Esse movimento está perto do fim e as conversões previstas de Hipermercado Extra para Assaí devem terminar esse ano.
Outras reformas
O formato Extra Supermercado não é o único que irá passar por mudanças nos próximos meses.
Algumas lojas Pão de Açúcar, em bairros com maior população nas classes A e B, serão remodeladas para a chamada Geração 7. Com um layout e iluminação diferentes e gôndolas mais baixas, as lojas focam em produtos perecíveis, saudáveis e orgânicos, com açougue, padaria e rotisseria. Esse ano, 20 unidades devem ser remodeladas e, ano que vem, cerca de 50.
Além das mudanças nos mercados, a companhia também revisou seus negócios menos conhecidos, drogarias e postos de gasolina. Nos últimos meses, reformou as 14 drogarias mais importantes de sua rede com 123 unidades. As lojas reformadas, que representam uma parcela expressiva das vendas do segmento, são serviços complementares de supermercados e hipermercados.
Já os postos de gasolina “mudaram completamente de patamar”, afirmou o presidente em entrevista a EXAME. Quase todos os 70 postos foram reformados e apresentam crescimentos de dois dígitos. Os preços são competitivos com outros postos da região e é possível encontrar ofertas personalizadas pelo aplicativo de fidelidade, diz o executivo.
Fonte: Exame