O GPA disse que o seu modelo premium de lojas, do Pão de Açúcar, será prioridade em 2021, afirmou o comando em teleconferência com analistas nesta manhã. O GPA prevê abrir 50 unidades do Pão de Açúcar em três anos e 100 unidades do Minuto Pão de Açúcar também nesse prazo.
A ideia é que modelos premium sejam 40% da rentabilidade no futuro. No Pão de Açúcar é 26% e na rede Minuto, 30%.
A empresa foi questionada por analista sobre desempenho de venda do Pão de Açúcar ainda abaixo dos outros formatos. O Pão de Açúcar cresceu menos que a empresa em 2020, segundo o balanço do quarto trimestre.
O comando disse que houve migrações de consumidores entre cidades ao longo de 2020, com a pandemia, que fez parte dos clientes mudarem de residência, e além disso houve migração de clientes da bandeira para formatos mais baratos.
“Vamos mitigar esses efeitos em 2021, com um movimento contrário do que vimos [ em 2020]”, disse Jorge Faiçal, presidente do braço de varejo do GPA.
Segundo ele, o “nível de Ebitda do Pão cresceu” e “um evento de curto prazo [a pandemia] não irá mudar a estratégia central daqui para frente”.
Ele ainda disse que a marca própria Taeq teve faturamento acima de R$ 4 bilhões em 2020. Sobre o formato de hipermercados Extra, o GPA reforçou que vem mudando a política comercial em certas categorias de lojas, operando com preço mais baixo de forma constante e menos promoções — algo que ocorre desde 2020 —, e afirmou que isso começou com 23 lojas.
A ideia da empresa é expandir essa estratégia para outras unidades, para mais 80 lojas até junho. O Valor já havia antecipado essa estratégia no começo do mês.
Faiçal foi perguntado se o GPA ainda pode fechar hipermercados do grupo — a empresa chegou a dizer em fevereiro que fecharia 10 unidades com desempenho baixo. Hoje, a direção afirmou que esse encerramento pode afetar de 5 a 6 hipermercados Extra deficitários.
O comando voltou a responder dúvidas de analistas sobre a linha de “outras despesas”, como efeito de contigências fiscais. Em teleconferências recentes, esse assunto já havia sido abordado pela diretoria financeira, por ser uma linha frequente nos balanços. O grupo disse que tem provisionado essas contigências e não há risco adicional neste ano.
As vendas brutas do GPA no Brasil no braço de varejo cresceram 6,6%, para R$ 8,2 bilhões. O lucro líquido foi de R$ 1,2 bilhão, versus perda de R$ 44 milhões um ano antes.
Fonte: Valor Invest