De olho na Black Friday 2017, o Google também montou sua própria operação para dar suporte aos varejistas. Este ano a empresa ampliou a disponibilidade de dashboards com dados dos produtos e marcas mais clicados e com maior tráfego dentro do Google Shopping, para que os varejistas pudessem tomar decisões em tempo real em suas campanhas e estratégias de venda.
Segundo André Silva, Gerente de Engenharia do Google Brasil, entre as tendências observadas nesta Black Friday está a antecipação do planejamento dos varejistas e a consolidação da adesão de indústrias como a de turismo e viagens, que antes eram tímidas na data. “Foram seis meses de preparação, muitos clientes se anteciparam para entrar na Black Friday melhor posicionados e diminuir os riscos”, disse. Para ele o mercado está cada vez mais maduro e preparado para oferecer uma experiência de compra melhor para o consumidor final. “Os problemas de indisponibilidade de site, por exemplo, foram muito menores este ano”, relatou.
No caso das vendas por dispositivos móveis, ele explica que houve um trabalho intenso com os varejistas para prepará-los para a maior data de vendas do ano. “Nossa equipe trabalhou com quase todos os grandes players do mercado para repensar a jornada do cliente, desde apps até sites, reformulando e implementando a tecnologia para uma experiência mobile melhor”, disse.
Segundo dados recentes da Nuvem Shop, o número de compras virtuais realizadas por dispositivos móveis teve um um crescimento acelerado de 75% no último trimestre. Por isso, Andre aconselha que o lojista considere o mobile como um canal presente em todas as etapas da jornada de compra – e não apenas no dia da compra. “É importante estar posicionado. O nosso trabalho foi ajudar os clientes trazerem uma experiência mobile melhor para os consumidores, pensando navegação, tempo de carregamento, ferramentas de medição e até a implementação das tecnologias”, concluiu.
Além do empoderamento de varejistas por meio dos dados, o Google também está apostando em soluções que aproximam o varejo físico e online como o Local Inventory Ads (LIA), que permite ao vendedor conectar em tempo real as informações de disponibilidade de produtos do estoque de cada uma das lojas com os anúncios online.
Segundo Rafael Russo, Head Data Measurement do Google, cerca de 60% das tomadas de decisão passam pelo digital (em algumas categorias essa taxa chega a 80%), mas terminam nas lojas físicas. Um bom exemplo de como essa relação pode ser mutuamente benéfica é o aumento de 300% nas buscas por opções de “compre online e retire na loja” e de cerca de 70% das buscas por “lojas próximas a mim” no Google Maps. “Entendendo isso, o Google vem se preparando e desenvolvendo soluções para demonstrar esse efeito. Hoje construímos produtos que permitem entender o comportamento de busca e pesquisa e quando houve um sucesso ou não no offline”, disse Russo.
Para ele a separação entre o que é online e o que é físico só existe para a indústria, já que o consumidor é “um só”. “As coisas se somam. Quanto mais informação você der para o consumidor dentro do online, mais você vai capitalizar e aumentar esse mercado. O importante é a gente poder ter uma visão única do usuário e aí tanto faz se a compra ocorreu no online ou na loja física”, pontuou.
E se o consumidor é omnichannel, os varejistas precisam reestruturar suas lojas virtuais para que elas não sejam organizações separadas, com KPIs diferentes e incentivos diferentes. “Por isso as soluções de mensuração ajudam justamente a melhorar isso, como é o caso do dashboard “omni roas”, que permite medir o resultado de um investimento em qualquer canal (do online, call center ou loja física)”, disse.
“A Black Friday pegou”
Para o próximo ano Russo deu algumas dicas para preparar as campanhas adwords, com base no comportamento omnichannel do consumidor. Na venda offline há táticas como dar um lance mais alto para um consumidor que está mais próximo da loja e ganhar do concorrente ou usar o Google My Business. O Google My Business é solução gratuita na qual anunciantes podem disponibilizar todas as informações da loja, uma espécie de “classificados” do buscador. Para Russo é fundamental deixar os dados sempre atualizados, fazendo um trabalho de “higienização” antes da Black Friday e no Natal para ativar as campanhas depois. “A Black Friday no Brasil é muito representativa em comparação aos EUA. Começou no varejo e hoje até os bancos aderiram. Um efeito que está se consolidando no país”, concluiu.
Fonte: E-Commerce Brasil