A rede de fast-food Giraffas vai intensificar sua estratégia de expansão, para ir além das praças de alimentação dos shopping centers. Entre as medidas adotadas pela empresa, está a adoção de contêineres – que têm estrutura enxuta – e abertura de unidades em terminais rodoviários e até em aeroportos.
“Nossos planos de expansão vêm desde 2015. Tínhamos que sair do tradicional, buscar entregar algo novo para o nosso público e, ao mesmo tempo, manter a rentabilidade de nossas operações”, afirmou o diretor de expansão do Grupo Giraffas, Eduardo Guerra. Em 2017, o faturamento da rede foi de R$ 670 milhões. Para 2018, o grupo pretende crescer 8% – chegando a uma receita de R$ 710 milhões.
Segundo Guerra, as áreas de alimentação nos shopping centers tiveram seu boom de fluxo de consumidores entre os anos de 2010 e 2015. Após isso, “houve uma desaceleração no movimento desses locais”. Guerra afirma que “os consumidores que iam uma vez por semana ao shopping, agora vão no máximo duas vezes por mês”.
“O faturamento de uma unidade localizada em um aeroporto é o dobro do registrado em operações de shoppings. Esses locais têm fluxo muito maior de pessoas e, consequentemente, conseguimos uma rentabilidade mais alta”, declarou Guerra. Até o final do ano, a rede de fast-food pretende chegar a 415 unidades ativas, com 28 inaugurações.
Nesse sentido, de acordo com o diretor de expansão, a adoção de contêineres como novo modelo de franquia foi uma saída para baratear os custos de instalação e acelerar a montagem das novas operações em “lugares remotos”, com o objetivo de expandir para além dos grandes centros urbanos. “Esse novo formato apresenta uma redução de 30% no custo de instalação em relação à unidade de rua. Além disso, caso a inauguração não tenha o desempenho comercial esperado, é mais fácil de transportar esse contêineres para outro local” afirmou o executivo.
Para ele, as lojas de rua desenvolvem um papel importante na “diversificação de canais de venda”, especificamente nos investimentos em serviços de delivery. “Mesmo com parcerias importantes com marketplaces como o iFood, estamos desenvolvendo um aplicativo para maior comunicação com o cliente e integração entre os canais”, declarou Guerra.
Segundo ele, a plataforma mobile vai permitir, por exemplo, que o cliente pague pelo aplicativo e retire no balcão da unidade, evitando filas. Por ora, os recursos do aplicativo estarão disponíveis apenas na cidade de Brasília – local onde a rede Giraffas nasceu. Ainda não há definição de data para a disponibilidade do aplicativo em território nacional.
Planejamento e cautelaNa visão da sócia-diretora da consultoria empresarial Blue Numbers, Camila Pacheco, mesmo que o fluxo de pessoas em um aeroporto seja muito maior do que nos shopping centers, os custos de manutenção da operação em ambientes “alternativos” como este também são muito elevados.
“O formato tem prós e contras. O que o franqueado deve ter em mente é pensar no potencial comercial que o local pode oferecer ao negócio, além dos custos da operação”, observou a especialista.
Ela afirma que é “de extrema importância” que o franqueado compareça pessoalmente em diferentes horários ao local para analisar realmente se há potencial de retorno do investimento. “Normalmente, os modelos no formato de contêineres comportam-se como quiosques e, por isso, apresentam rotatividade alta, com contratos que duram, em média, dois anos”, afirma.
Camila diz que o movimento de expansão da rede para o interior do Brasil, especificamente no Estado de São Paulo, pode dar certo. “Existem cidades muito populosas, como, por exemplo, Campinas e Jundiaí, onde há grande carência de operações deste tipo”, diz. Ela lembra que a franqueadora deve fornecer ao franqueado um estudo de marketing e de potencial comercial da região antes da realização da instalação da unidade.
Fonte: DCI