Uma das maiores varejistas do mundo resolveu apoiar os direitos dos transgêneros nas suas lojas com uma ação simples: permitir que usassem qualquer um dos vestiários em que se sentissem mais à vontade. O que a companhia não imaginava é que, com isso, tornaria-se palco de um enorme debate nos Estados Unidos.
A Target, listada pelo ranking Global Powers of Retailing 2015 como a décima maior varejista do mundo, anunciou na semana passada que clientes que se identificam com gênero diferente do atribuído em seu nascimento seriam bem-vindos em suas lojas. Em resposta, mais de 700 mil pessoas já assinaram um boicote à companhia, entre eles um ex-governador do Texas.
Para as pessoas que decidiram boicotar a atitude, a permissão seria perigosa às mulheres e “a forma como estupradores têm acesso às suas vítimas”, conforme escreveram em uma carta aberta.
Alguns dos críticos têm ido a lojas da Target para protestar pedindo acesso a banheiros destinados ao sexo oposto, como ocorreu com um homem, que não é transgênero e filmou seu feito. Em casos mais radicais, clientes afirmam que usarão da violência caso vejam pessoas transgêneros nos banheiros.
Como resposta, a varejista afirmou que permanece comprometida com sua política para banheiros e provadores. Ao site “Business Insider”, uma porta-voz disse que a marca “certamente respeita que há uma grande variedade de perspectivas e opiniões” e que a política diz respeito a fazer do ambiente de trabalho um local inclusivo.
Elogios
Apesar das críticas, muitos clientes também elogiaram a atitude da rede. “Vocês novamente mostraram que suas lojas são inclusivas e feitas para serem um paraíso seguro, eu pretendo retribuir a sua lealdade com a minha”, diz um post na página da Target.
A política da companhia reflete debates sobre legislações ao redor do país a respeito acesso a banheiros para transgêneros. No Estado da Carolina do Norte, por exemplo, as pessoas passaram em março a ser forçadas a usar o banheiro do sexo designado em sua certidão de nascimento.
Já em Minnesota, um senador propôs que a restrição de acesso a banheiros se desse por “sexo biológico”.