Administrar caixa, custos, investimentos, folha de pagamento, entre outros itens, é indispensável para garantir a perenidade da empresa. Afinal, na opinião de muitos consultores, negligenciar essa gestão debilita as empresas, às vezes de maneira irreversível. Em momentos prósperos, a maioria das companhias consegue ter um bom desempenho e crescer. Mas é só o mercado se encolher para as ineficiências se avolumarem. O empreendedor do varejo é ousado, guerreiro e vitorioso. Mas muitos ainda mantêm esse vácuo na condução do negócio, que retarda ou inviabiliza o crescimento saudável. Conforme explicam os especialistas, só se resolve o fluxo de caixa vermelho quando se ataca o que provocou o problema. Tem de cortar gastos onde é necessário e se preocupar com a margem. Veja a seguir mais dicas que vão te ajudar nessa gestão:
1. Execução
Os bons resultados não acontecem se a operação não estiver bem azeitada. E isso requer processos claros, treinamento, análises, softwares e boa execução nas lojas
2. Na hora de negociar
O fluxo de caixa no vermelho está muito relacionado a gastar mais do que se ganha. Com isso a empresa perde a capacidade de negociar com fornecedores e compromete toda a operação: fica sem dinheiro para pagar funcionários, deixa de honrar dívidas e acaba buscando dinheiro no mercado, o que só piora a situação
3. Dinheiro
Ao aplicar dinheiro em um projeto, é preciso antes analisar a proposta de valor. Se a ideia é montar uma padaria linda, de grande impacto visual, mas o público prefere bolos e pães industrializados, esse investimento não valerá a pena. Vai consumir recursos, sem gerar bons resultados. Fazer algo só porque todo mundo faz não funciona
4. Resgate projetos na hora certa
Quando um serviço é bem feito, mas não proporciona lucro, elimine do portfólio. Porém, se o desempenho for ruim apenas em função da crise, pense em resgatá-lo quando a economia reagir. A arte do varejo é se adaptar rapidamente às mudanças do mercado
5. Reduzir custos na crise é fácil
O difícil é saber como reduzir, escolhendo atividades que não afetem a operação e o atendimento. Isso exige análise detalhada do que é feito, como e com que recursos, em cada setor da empresa
6. Não pode relaxar
Quando o cenário melhora e as vendas voltam, o varejista tende a ignorar o esforço para reduzir os custos: volta a inchar a empresa com pessoas, projetos e ações que não trazem resultados. Ou seja, deixa de lucrar bem mais e ainda se enfraquece para desafiar novas crises
7. Crescer
Para crescer em um ano de recessão, a rede precisa avaliar se seu ciclo financeiro garante avanço: tenho capital? como está o endividamento? tenho caixa suficiente? É preciso ainda análise de retorno do investimento com base na situação da economia, do mercado, do consumidor. E também cálculo de tempo de retorno, de maturação de uma nova unidade
8. Habilidades com os números
Não basta ter os números do Ebitda e acompanhar o seu sobe e desce. Isso é análise de elevador. O importante é conhecer a relação de causa e efeito para melhorar os resultados. Além de capacidade técnica e de liderança, o varejista precisa ter habilidade com os números para enfrentar crises e crescer. Se não conhece os números que envolvem seu negócio, não vai ter sucesso
9. Gestão patrimonial
Dispor de terrenos e de lojas de uma maneira diferente também contribui para melhorar os resultados. Um supermercado muito grande pode ter a área reduzida para abrigar uma galeria de lojas ou stands para outros comerciantes. Esse espaço pode ainda ser usado pelo próprio varejista para instalar uma lanchonete ou um restaurante. A ideia não é nova, mas continua sendo uma saída para rentabilizar o ativo e gerar fluxo de pessoas. Vender para uma incorporadora um terreno instalado em área de baixo fluxo de pessoas é uma forma de fazer dinheiro e criar mercado consumidor. A ideia é o varejista negociar a construção de um prédio residencial ou shopping, e o projeto da sua nova loja. Assim, terá o ponto de venda, contará com clientes e reforçará o caixa
10. Como lidar com a folha de pagamento
Cuidado para não manter as mesmas pessoas numa mesma função por muito tempo. Ela vai receber dissídios, além de outros benefícios e, em algum tempo, não entregará mais o equivalente ao salário. Não porque seja incompetente, mas porque o cargo não requer tal remuneração. O varejo precisa se preocupar com isso especialmente nas áreas administrativas. Na operação o turnover se encarrega de evitar o risco.
Fonte: Supermercado Moderno