Um dos executivos mais consagrados no Brasil, o gaúcho José Galló fez certo suspense sobre a sucessão no comando da Lojas Renner, durante a teleconferência sobre o balanço do primeiro trimestre, na sexta-feira. Um analista do Brasil Plural, banco de investimento, questionou se havia uma data sobre eventual mudança, e Galló indicou que definições devem ocorrer até o fim de 2018. “Meu contrato acaba no fim do ano. Esse é o timing. Até lá, haverá novidades”, prometeu o executivo, que entrou na companhia em 1991 e é CEO desde 1998, somando 20 anos no comando da maior varejista de moda do Brasil.
Galló disse que a sucessão começou há cinco anos, deixando claro que é a “sucessão geral na companhia, não a minha sucessão”. O executivo se referiu à formação de outros profissionais para postos de comando. “Tenho dúvida se alguém tem processo de sucessão como o que está acontecendo na Renner”, desafiou. O diretor-presidente, que acaba de entregar resultado com aumento de 66% no lucro do primeiro trimestre frente ao mesmo período de 2017, fez questão de dizer ainda que “quem faz esse resultado, cara (dirigindo-se a quem fez a pergunta pelo Plural), não sou eu, e vou continuar fazendo no Conselho de Administração”. O tom sugere que o CEO pode estar mesmo se despedindo da função executiva neste ano. “Fica tranquilo que vai dar tudo certo”, completou Galló.
Sobre o desempenho recente, o dirigente indicou que o calor prolongado no Sul e Sudeste frustrou um pouco as vendas, que poderiam ter crescido 10% a 15% mais. “Nosso grande desafio é a temperatura, que não nos ajudou muito na segunda quinzena de março e em abril. Estamos tendo os períodos mais quentes de 20 a 30 anos”, ponderou.
No e-commerce, a companhia dona das marcas Renner, YouCom e Camicado cresce três a quatro vezes mais que a média no País. Com isso, a meta de chegar a 5% do faturamento até 2021 deve ser alcançada antes. Foi descartado fechamento de pontos. Serão abertas mais duas filiais da Renner no Uruguai, onde já existem três pontos, neste ano, e não há decisão sobre entrada em outro país. “Não significa que, lá adiante, não venhamos abrir”, arrematou.
Fonte: Jornal do Comércio RS