O fundo americano Catterton fechou um aporte de R$ 226 milhões no St. Marche, varejista de alimentos focada nas classes A e B. Segundo apurou o jornal Estado de S. Paulo, após a conclusão do negócio, o fundo de private equity (que compra participações em empresas para, no futuro, revendê-las com lucro) terá 52% da companhia brasileira. Além das 18 lojas com a bandeira St. Marche, o grupo é dono do Empório Santa Maria e do Eataly, mercado de alimentos italianos que abriga também restaurantes.
Os recursos serão usados para acelerar o plano de expansão da companhia e para fortalecer a estrutura de capital do St Marche. Em troca da injeção de dinheiro na empresa, o fundo americano terá, segundo fontes, boa parte da participação dos cinco sócios brasileiros – que, juntos, detêm 70% da companhia. Entre os acionistas nacionais estão Bernardo Ouro Preto e Victor Leal (com fatias mais relevantes) e Rodrigo Luna. Os outros 30% da empresa pertencem ao fundo Laço Managment, family office do investidor americano Malone Mitchell.
Procurados, os sócios brasileiros do St. Marche preferiram não se pronunciar. Representante do fundo americano Catterton no Brasil não retornou o contato da reportagem.
Estreia no Brasil
Previsto para ser concluído no quarto trimestre deste ano, o negócio com o grupo St. Marche marca a estreia do Catterton no País. Nos EUA, o fundo tem investimentos em cerca de cem marcas, com atuação no varejo de alimentos e bebidas, restaurantes e bens de consumo. De acordo com fonte no mercado financeiro, o Catterton vê potencial no mercado brasileiro de alimentos voltado para as classes A e B, mas estaria disposto a olhar outros segmentos do varejo no País.
Em janeiro deste ano, o fundo americano anunciou a fusão com o braço de private equity da LVMH, L Capital, criando L Catterton, que se tornou a maior empresa de investimento do mundo com foco em consumo.
Segundo reportagem publicada no Estado em julho, antes de fechar com o fundo, a rede St Marche teria sido oferecida a investidores estratégicos no Brasil – entre eles, Carrefour, Grupo Pão de Açúcar e Península, braço de investimentos da família de Abilio Diniz.