No interior do Espírito Santo, na cidade de Baixo Guandu com pouco mais de 30 mil habitantes, nasceu a Frete Rápido, a startup que promete descomplicar a logística no Brasil e, ao que parece, eles não estão de brincadeira. Em 2014 a empresa venceu o Tecnova da Fapes/Finep, no ano seguinte receberam investimento anjo e, neste ano, cresceram mais de 600% e estão preparando outra rodada de investimento para 2017. Este é mais um exemplo que no mundo da tecnologia, localização não é barreira.
Seus fundadores contam com experiência em empresas nacionais e multinacionais, no desenvolvimento da plataforma, receberam mentoria das três maiores transportadoras do Brasil e, recentemente, deram início a um agressivo programa de parcerias, onde pretendem alavancar ainda mais os resultados para a empresa: “Todas elas são parcerias estratégicas, como com os Correios, FedEx e a Tray commerce da Locaweb, sabemos que precisamos de bons parceiros para crescer rápido” explica Mário Rodrigues, CEO da Frete Rápido.
Só nos últimos meses captaram mais de mil clientes entre empresas e transportadoras, e os números são ainda mais impressionantes se comparados às metas para 2017: crescer mais 200%. Segundo o CEO da empresa, essas metas serão alcançadas devido aos resultados que a empresa gera para seus clientes: “Não importa o tamanho da empresa, nós automatizamos todo o seu processo logístico e reduzimos seus custos em até 70%”.
A Frete Rápido integra todos os seus clientes com as transportadoras, assim, sempre que houver um movimento de carga, (compra ou venda), os algoritmos da empresa encontram a melhor opção de transporte, fazem o pedido de coleta, geram o seguro da carga e cuidam de todo rastreio; tudo isso num piscar de olhos e com preços incrivelmente menores. “A cada 10 fretes enviados nós economizamos 6 horas de trabalho na empresa e essa agilidade também se converte em economia” diz o CEO.
Assim como a Uber, a startup fez sua estratégia de aquisição apoiada no baixo custo e gratuidade: há dois meses, iniciou o processo de monetização, cobrando R$ 3,50 por frete enviado, sem considerar a quantidade de volume ou valor da carga. Esse modelo de monetização permite as empresas desfrutarem de toda a tecnologia sem comprometerem seus lucros.
Em janeiro, a startup inicia em São Paulo um trabalho mais incisivo para o e-commerce, com uma equipe comercial local voltada para captação e gestão dos clientes já que, apenas o estado de São Paulo, representa 40% do faturamento da empresa, seguido por Minas Gerais com 27%.
O mercado de logística no Brasil movimenta mais de R$ 200 bilhões anualmente e cerca de US$ 3,8 trilhões no mundo, é um mercado que está começando a se voltar para tecnologia. Esse fato tem criado alguns competidores, mas parece não assustar a startup capixaba: “No mercado de tecnologia o pioneirismo é favorável, mas quem se sustenta apenas nele tende a ser um coadjuvante; nosso diferencial está nos algoritmos que criamos e na forma como integramos toda cadeia de um produto, da matéria-prima até o consumidor”, garante Mário Rodrigues.