Apesar disso, 91% dos empresários estão otimistas e continuam com plano de expansão de unidades para este ano
Por Paulo Gratão
As vendas só devem voltar ao patamar de 2019 no ano que vem, de acordo com 30% dos franqueadores. Outros 39% apostam em uma retomada ainda no final de 2021. Por outro lado, 23% dizem já terem alcançado os mesmos resultados de 2019.
Os dados foram divulgados na pesquisa Estado de Ânimo do Franchising, que compõe um estudo macro sobre o setor, Pulso do Franchising, elaborado pela consultoria Praxis Business. Os resultados foram antecipados a PEGN.
O estudo ouviu 66 franqueadores entre 18 de fevereiro e 10 de março deste ano – São Paulo entrou na fase emergencial, a mais severa do Plano São Paulo, em 15 de março. Alimentação (38%), Moda (18%) e Saúde, Beleza e Bem-Estar (13%) foram os segmentos mais representativos. Participaram também representantes dos mercados de Serviços e Outros Negócios (10%), Serviços Educacionais (10%), Casa e Construção (9%) e Limpeza e Conservação (1%).
Os franqueadores foram convidados a avaliar o cenário da economia brasileira, do franchising brasileiro e da própria empresa nos últimos seis meses, em uma escala de 0 a 10. Os resultados do próprio negócio (nota média de 5,6) foram melhores do que os do setor de franquias (5,5) e do panorama nacional (4,4), na avaliação dos respondentes.
Na avaliação do presidente da Praxis Business, Adir Ribeiro, o resultado reflete o esforço que as marcas fizeram internamente para adaptar os negócios à nova realidade, bem como a maior proximidade entre franqueado e franqueador, que conseguiu trazer ainda mais ideias para as redes. Também pesa o fato de que o setor de franquias conseguiu, em alguns segmentos, resultados mais significativos do que o Produto Interno Bruto (PIB), que fechou 2020 em -4,1%.
O mesmo pôde ser observado quando os franqueadores foram convidados a fazer projeções para os próximos seis meses, com a mesma escala de avaliação. Os resultados da própria empresa se sobressaíram, com média de 7,0, bem próximo ao setor de franchising, que registrou média de 6,7. A economia brasileira (5,5) ainda causa mais desconfiança nos empreendedores.
“Isso mostra que as redes estão mais seguras com as inovações que foram criadas. O ano passado foi de aprendizado, de desenhar modelos de venda e de se encontrar nessa nova realidade. Agora, eles já sabem como fazer”, observa Ribeiro.
O reflexo está no avanço de quase 87% dos canais digitais. Antes da pandemia, o faturamento deste nicho representava cerca de 15% do faturamento das empresas, agora passou para 28%. O meio mais utilizado é o WhatsApp (66%), seguido por E-commerce próprio (51%), Instagram (44%) e Aplicativos como iFood, Rappi ou similares (40%).
Dentro dos canais digitais, o e-commerce próprio ainda é o mais relevante em faturamento, com 30%. Aplicativos (29%) e WhatsApp (20%) vêm em seguida. Instagram representa 9% do total. “Mesmo que tenha um retrocesso no futuro, as vendas digitais continuarão sendo muito importantes na realidade das franquias. A efetividade e comodidade experimentados pelo consumidor vieram para ficar”, observa o especialista.
Apesar de se mostrarem conservadores nos resultados de 2021, 91% dos franqueadores mantiveram os esforços de vendas de franquias. Os 9% que suspenderam a expansão dizem que o principal motivo é ajudar os franqueados atuais a passarem pela crise.
Ribeiro comenta que o setor vive um momento de alta captação de leads (interessados no sistema de franquias), tanto pelo alto índice de desemprego, que historicamente leva muitos empreendedores para o setor, como pelas oportunidades de pontos comerciais e de uma expectativa de alta no consumo em 2022.
Além disso, novas marcas mais enxutas foram criadas nos últimos anos, que conversam com o atual momento de consumo, e têm potencial para se manterem relevantes. Franquias tradicionais também apostaram em novos modelos de negócios, o que contribui para que o setor continue com o foco de expansão.
Fonte: PEGN