Não há dúvidas de que o brasileiro é muito criativo e empreendedor. Ser o próprio chefe – seja com franquias ou novos negócios – é o desejo de muitos brasileiros, além dos potenciais empreendedores do País que correspondem a 28% da população, de acordo com levantamento feito pelo Instituto Data Popular.
Abrir um negócio é a parte mais fácil de todo o processo. Difícil mesmo é mantê-lo saudável e rentável. Apostas arriscadas, mudanças tecnológicas, dificuldades financeiras estão entre os maiores obstáculos. A maioria dos negócios passaram por grandes dificuldades mas chegaram ao topo e vivem redesenhando sua história diariamente. Muitas vezes, no entanto, não sabemos como e por que começaram. Confira cinco exemplos de redes de franquias tradicionais do franchising que nasceram bem diferentes do que conhecemos:
1) Patroni
Foi criada em 1984 pelo economista Rubens Augusto Júnior para o pai que estava em depressão, no bairro do Paraíso em São Paulo. Além da pizza, a unidade oferecia um sistema diferenciado de consumo: o delivery, até então incipiente no País.
O negócio cresceu tanto que se tornou uma das maiores redes de pizzarias do País com mais de 200 unidades em 24 estados do Brasil, e oferece, além das redondas, opções de carnes, massas, saladas e uma linha saudável com refeições pouco calóricas, vegetarianas e queijo sem lactose.
2) Sigbol Fashion
O nome da rede faz referência ao método revolucionário vendido em banca na década de 70 e intitulado Sigbol. “Siga as bolinhas e seu molde base estará pronto”, dizia. Eram dezenas de pedidos para que o sistema virasse escola até que Aluízio de Freitas se rendeu aos desejos dos consumidores e criou um negócio rentável criando unidades de ensino especializadas no segmento, tendo organizado o primeiro curso de costura e modelagem de roupas no Brasil.
O bairro da Vila Mariana, em São Paulo, foi o local escolhido para abrigar a primeira escola de moda Sigbol Fashion, fundada em 1982. Atualmente são 20 unidades em estados como São Paulo e Brasília.
3) Evolute Cursos
A Evolute é uma das cinco redes de franquias que constituem o Grupo VA, holding especializada em microfranquias. A empresa nasceu com o nome Futura Treinamentos e tinha como foco cursos voltados para a área de informática. Depois de muitos altos e baixos, a dupla Alexandre Loudrade e Vinicius Almeida conseguiram se estabelecer como uma rede que oferece cursos nada tradicionais para estudantes como o de operações portuárias, produção sucroalcooleira e bio energia.
Chegaram a ter seis unidades próprias e a ideia de franquear não era um objetivo nos negócios , até que um concorrente para o qual prestavam serviço nos finais de semana deu a ideia de aderirem ao sistema de franquia. Atualmente o ex-concorrente é franqueado e tem duas escolas da rede.
4) Hope Lingerie
O imigrante libanês Nissim Hara perdeu o pai aos 12 anos e após esse episódio morou em alguns países para tentar melhorar a vida da família. Ao conhecer o Brasil se sentiu em casa e por aqui ficou. Visionário, ao perceber a oportunidade de empreender abriu a primeira confecção da Hope numa portinha simples na capital paulista.
Da compra dos tecidos às entregas, ele tocou a empresa durante muito tempo sozinho, vendendo lojas de atacado no Brás e na rua 25 de março. Durante dez anos, a empresa vendeu apenas um produto: calcinhas de helanca. De peças simples e básicas para um público popular, a rede se transformou numa conceituada grife de moda íntima, posicionada em shopping center, que encabeça outras marcas de segmentos variados como a NU, especializada em roupas fitness.
5) Emagrecentro
A história da Emagrecentro deve muito ao início da trajetória médica de seu criador na periferia de São Bernardo do Campo. Durante a residência médica, Edson Ramuth passava seus domingos no setor de pronto atendimento de um hospital de Taboão. A ideia de abrir um centro médico especializado nas áreas de cirurgia, clínica geral, e ginecologia, foi natural. O plano foi executado em 1986 graças à parceria com três amigos.
Como Ramuth fazia especialização em cirurgia plástica, tratamentos de estética e emagrecimento logo ganharam espaço na clínica. Porém anos mais tarde, o empreendedor descobriu que os médicos eram bons operadores, mas não bons comerciantes. Foi quando decidiu que qualquer um que tivesse afinidade com a área de estética poderia abrir uma franquia e que os médicos passariam a ser contratados. Em alguns anos, ele passou de médico a empreendedor e executivo responsável por uma das maiores redes de frenquias de estética do País.
Fonte: Economia – iG