Considerado um dos setores mais resilientes da economia brasileira, o franchising tem na sua fórmula do sucesso também a inovação. No ano passado, o setor de franquias faturou R$ 151,2 bilhões, somando um crescimento de 8,3% em relação a 2015. Já o número de unidades subiu 3,1% no mesmo período, totalizando 142,6 mil. Seja através de novos produtos, diversidade nos modelos de negócios ou na otimização de processos, o setor se revela ágil na hora de surpreender franqueados, parceiros e clientes.
Com a missão de levar a culinária italiana de maneira rápida e saborosa aos clientes, o Grupo Trigo, que comanda a marca Spoleto, resolveu ir além do prato rápido e prático montado a partir das preferências individuais de cada cliente, que pode escolher os ingredientes dentro de uma lista oferecida que, há quase 20 anos, marca o seu estilo. A novidade, sem perder a agilidade, é transformar os momentos de cada pessoa dentro dos restaurantes em uma verdadeira experiência gastronômica.
Para isso, ingredientes, profissionais, a arquitetura e o próprio conceito de gastronomia passaram por uma revolução. A guinada da marca acontece por meio do projeto Minha Cozinha Italiana (MCI), com o qual pretende mergulhar no segmento fast casual, que promete reunir preço, rapidez, padrão do produto e atendimento eficiente.
De acordo com o sócio-fundador do Grupo Trigo, Eduardo Ourívio, tudo começou com um resgate da própria história da rede e um mergulho na própria cultura que visa transformar em inteligência de negócio diferenciais que eram aplicados intuitivamente. “Há cinco anos, fomos tentar descobrir o que a gente significa para a sociedade. Lembramos que fomos os primeiros a levar louça e talheres inox para as praças de alimentação, que só trabalhavam com materiais de plástico. Também inauguramos o conceito de customização, sem encarecer o prato. Como entramos muito acima do que era o mercado naquela época, crescemos muito rápido. Aquilo era muito mais um posicionamento de marca do que qualquer outra coisa”, relembra Ourívio.
As viagens de conhecimento promovidas junto com franqueados para a Itália, que acontecem há seis anos, trouxeram a inspiração para o novo momento. O que se transformou em uma verdadeira causa. A expectativa é fechar o ano com 40 unidades convertidas e completar a transformação de todas as lojas em quatro anos.
“Sem saber, estávamos democratizando a culinária. E agora entendemos que podemos fazer mais. Um ponto importante nesse processo foi a chegada do Spoleto nos Estados Unidos. Lá vivemos um choque de cultura. Percebemos que o segredo é pensar em escala. No lugar de um gerente, vamos ter um chef de cozinha. Inauguramos agora uma universidade e vamos formar 3 mil chefs. Não estamos fazendo um restaurante, mas uma marca”, analisa o sócio-fundador do Grupo Trigo.
Caça níquel – A inovação pode vir também de um novo equipamento. A rede Mr. Kids encontrou uma solução para a já conhecida falta de moedas no mercado. As máquinas que vendem doces e brinquedos por R$ 2 e R$ 3, funcionam apenas com moedas, o que dificulta a operação. A ideia salvadora foi investir na instalação de máquinas que trocam cédulas por fichas. O resultado foi um incremento de 40% no volume de vendas nos pontos em que a máquina já funciona.
De acordo com o diretor da franquia, Antonio Chiarizzi, a expectativa é que até o fim do ano todos os franqueados estejam com o novo equipamento. “Pesquisamos e vimos que não podíamos ficar reféns das moedas, mesmo que nossas máquinas só funcionem com elas. Tínhamos que pensar em alternativas e essa máquina que converte dinheiro em fichas do mesmo tamanho de moedas de um real é a melhor opção, uma vez que ocupa pouco espaço no ponto e é de funcionamento muito simples”, afirma Chiarizzi.
Mas é no setor de alimentação fora do lar que a imaginação e a inovação imperam, ainda que seja com um produto mais do que tradicional, como o pastel. A iguaria, que era a estrela dos aniversários infantis nas décadas de 1980 e 1990 e continua sendo um dos principais lanches no corre-corre das grandes cidades ganha, em cada lugar, novos recheios, tamanhos e até formatos.
Saudabilidade – A paranaense 10 Pastéis também criou recheios inusitados como strogonoff, frango xadrez e apostou em saudabilidade ao investir nos três sabores da linha vegetariana. Cada franqueado tem direito a criar um sabor próprio. A parceira de Cabo Frio (RJ), por exemplo, inventou o paste de feijoada. Mas são as massas as grandes estrelas. Além da massa tradicional, sempre sequinha e crocante, a marca desenvolveu a massa apimentada, a com chocolate, e a massa tradicional com borda recheada. Estão em fase de teste a massa integral e o pastel assado. A opção para quem quer ou precisa evitar a fritura, por enquanto, é o tostado.
Segundo o diretor de expansão da 10 Pastéis, Lucas Figueredo, outra novidade é o trailer, que garante mobilidade ao franqueado. “Queremos proporcionar uma experiência de consumo diferencia. Entendemos que o pastel é um produto nostálgico. Tentamos reproduzir essa sensação através de um produto de qualidade”, destaca Figueredo.
Fonte: Diário do Comércio