Uma série de iniciativas vem sendo tomada no universo das franquias com o objetivo de fortalecer franqueados neste período de pandemia do novo coronavírus. Além de flexibilizar pagamentos e taxas, algumas marcas adotaram medidas especiais e estão conseguindo até fechar novos contratos e ampliar a rede durante a crise.
Entre elas estão a prorrogação do prazo de inauguração, a isenção da taxa de royalties e condições especiais de parcelamento para a abertura de novas franquias. Entre as que têm grande número de interessados estão marcas voltadas a serviços essenciais, como limpeza e alimentação, além daquelas que oferecem serviço feito a partir de casa (home based).
A Jan-Pro, rede americana de limpeza profissional, viu crescer o número de interessados e, durante a pandemia, fechou 11 novos negócios no País. Dentre as ações promovidas para atrair novos franqueados, a rede passou a receber apenas 5% do valor inicial neste momento e o restante pode ser financiado em 36 meses após o fim da crise.
Segundo Renato Ticoulat, master-franqueado da rede no Brasil, com o coronavírus tudo mudou. “Fizemos 1 milhão de metros quadrados (de espaços limpos em imóveis) no mês passado, só não fizemos mais porque não tínhamos mais máquinas. Neste mês, faremos 1 milhão (de metros quadrados) de novo.”
Entre os modelos de negócio, a marca tem franquia para MEI (microempreendedor individual), em que o próprio dono opera o kit de equipamentos de limpeza (e que recebeu o maior número de pedidos durante a crise), e para pequena empresa, em que é possível ter uma equipe de funcionários para operar os equipamentos.
Ticoulat conta que a franquia cresceu 70% em faturamento líquido, mas por outro lado a marca tem sofrido com o capital de giro. Isso porque é preciso fazer uma série de investimentos, com a compra de maquinário, antes da prestação de serviço.
Outra franquia que promoveu medidas para angariar novos franqueados foi o Mercadão dos Óculos, que aumentou de 90 para 135 dias o prazo para a inauguração das unidades, podendo se estender por mais 135. De acordo com Fábio Nadruz, diretor de operações da rede, estar no segmento de saúde conta de forma positiva. Assim, eles conseguiram vender 12 unidades de franquias durante a pandemia. “Em qualquer situação atípica, a saúde sempre será uma atividade essencial.”
Poder ter mais prazo para abrir a loja foi o que contou para a nova franqueada Tayna Detoni, que trabalhou por cinco anos no ramo de óticas e sempre teve o sonho de ter o próprio negócio. “Como eu vou ter esse tempo a mais para abrir, tive tempo de estudar tudo: praça, clientela, a cidade, fluxo de pessoas. Isso me fez sentir muito mais confiança.”
Tayna relata que, para superar o receio de abrir um negócio durante uma crise, os estudos com a equipe do Mercadão foram essenciais. Além disso, ela conta que conseguiu descontos em eletrônicos, equipamentos e até mesmo no aluguel por conta da crise.
Comida para entrega
No ramo da alimentação, franquias como Ceofood e Mr. Fit também têm conseguido crescer em meio à pandemia do coronavírus. Na Ceofood, aplicativo de delivery que tem foco em regiões periféricas e cidades do interior, o franqueado é responsável por prospectar novos restaurantes e estabelecimentos para o marketplace do aplicativo.
Há um mês, a marca aderiu à isenção da taxa de royalties para novos franqueados e, desde então, a rede adquiriu 20 novos franqueados. Para Kawel Lotti, CEO da rede, este momento tem sido desafiador e, a partir das orientações de distanciamento social e higienização, é preciso ajudar os lojistas, já que eles têm sofrido uma redução drástica nos faturamentos.
Para angariar novos parceiros, a Mr. Fit, rede de marmitas congeladas, reduziu os valores de investimento inicial para novos franqueados. Por exemplo, no modelo de microfranquia delivery o valor de investimento inicial que era de R$ 17 mil caiu para R$ 6.250, incluindo a taxa de franquia, o estoque inicial de 100 refeições e o material de divulgação, além de um freezer adesivado.
Neste período de isolamento social, a rede registrou um aumento de 10% nas vendas de refeições e abriu 7 novas franquias em home office. Nesse formato, o franqueado recebe a comida preparada pela franqueadora, atende os pedidos por telefone e fica responsável pela entrega.
Fonte: PME Estadão