A última pesquisa divulgada pelo Instituto Gastronomia (IGA), mostra que somente na cidade de São Paulo, o segmento cresceu 575% entre 1994 e 2014.
E de acordo com Associação Brasileira de Franchising (ABF) as redes de franquias de hamburguerias associadas à entidade cresceram mais de 30% em 3 anos. Em 2014 eram 36 marcas e em 2016 totalizaram 47.
Quando surgiram em nosso país, as hamburguerias tinham status de “elitizadas”, voltadas para consumidores com alto poder aquisitivo e aos grandes centros. Tempos depois, elas se diversificaram e atualmente oferecem produtos que atendem todos os públicos.
De olho neste cenário, o consultor de empresas Alisson Ferreira e a esposa dele Bárbara Ferreira, abriram há dois anos em São Lourenço do Sul (RS), a primeira hamburgueria artesanal do município. A Bell Burger foi inspirada nas lanchonetes americanas dos anos 50, além de dezenas de lanches, o local possui porções gourmetizadas, bebidas exóticas e entretenimento.
Foi uma sacada de negócio inteligente, que deu certo e virou franquia. Segundo os fundadores, é um empreendimento que permite ótimos ganhos. “A margem de lucro da Bell Burger é entre 18% e 20%, percentual considerado acima da média do segmento que está na faixa dos 14%. No ano passado, a nossa unidade piloto faturou mais de R$ 500 mil, um montante expressivo, considerando que a loja está em uma cidade com menos de 45 mil habitantes”.
Para 2017, o casal tem a meta de abrir 10 novas unidades franqueadas, em outras cidades do Estado e do país. Atualmente, negociam com investidores do Rio Grande do Sul, de Santa Catarina, do Rio de Janeiro, Espirito Santo e São Paulo.
“Decidimos franquear nossa marca depois que analisamos dados deste setor e exergamos que este seria o caminho mais seguro para expandir. Nosso foco está inicialmente em cidades do interior, com até 150 mil habitantes, pois conhecemos bem este perfil, mas nada impede de abrirmos a Bell Burger em grandes centros”, explicam.
BRASILEIROS QUE CONSOMEM FORA DO LAR
Segundo o IBGE, 40% da população come fora de casa pelo menos uma vez ao dia. Já de acordo com a Preço Médio 2016, pesquisa da Associação das Empresas de Refeição e Alimentação Convênio para o Trabalhador (Assert), o gasto médio por refeição na rua é de R$ 30,48.
“A população continua crescendo e, mesmo em tempo crise, não deixa de consumir esses produtos e serviços. As pessoas buscam alternativas mais baratas, mas o consumo permanece. É importante o empresário acompanhar esse movimento da economia para ter mais sucesso.” afirmou o presidente do Sebrae, Guilherme Afif Domingos.
Para o especialista Daniel Costa, diretor da consultoria Business Franquias, abrir uma hamburgueria através de uma franquia é uma boa maneira de evitar gastos desnecessários e reduzir os riscos de fracasso. ”Embora seja um segmento promissor, o empreendedor não deve se aventurar. A falta de conhecimentos especialmente em gestão pode fazer o sonho virar pesadelo”, alerta.
É um negócio que tem tudo para dar certo, na visão da consultora Melitha Novoa Prado. ”O consumidor está buscando outro tipo de alimento e os shoppings também estão a procura de novos negócios para a praça de alimentação”, afirma.
FRANQUIAS DE ALIMENTAÇÃO SÃO MAIORIA
O estudo inédito divulgado pela Associação Brasileira de Franchising (ABF) mostra que o segmento Alimentação lidera a lista das 50 maiores marcas de franquias no Brasil, em número de unidades, com 36% das redes. A seguir estão os Serviços Educacionais, com 18%, Moda, com 14% das redes, e em último Saúde, Beleza e Bem-Estar, com 12% das marcas.
Em geral, o setor de alimentação é um dos mais consolidados e não deixou de crescer com a crise econômica. Em 2016, o número de unidades de franquias de comida cresceu 10%, somando quase 30 mil lojas no país.
Na análise do especialista Claudio Tieghi, diretor de inteligência de mercado da ABF, os dados refletem elevado grau de maturidade e evolução do franchising brasileiro. “São redes nacionais e estrangeiras consolidadas, capilarizadas, que servem de referência para o setor”, afirma.
Fonte: Estadão Economia e Negócios