O faturamento do mercado de franquias no Brasil avançou 8,8% no terceiro trimestre, sobre igual período de 2015, para R$ 38,8 bilhões, de acordo com a Associação Brasileira de Franchising (ABF). No segmento de Esporte, Saúde, Beleza e Lazer, contudo, a corrida foi de ainda maior fôlego: 13%, para R$ 6,7 bilhões. Deste total, 70% vêm de franquias de academias.
A participação é alta e ainda está longe de chegar a seu potencial. É um segmento relativamente novo no mercado de franquias. Há diversas novas consultas sendo feitas, sobretudo depois da Olimpíada, para projetos em beach tennis, dança, ginástica olímpica e lutas — conta Beto Filho, presidente da ABF.
Expansão internacional
Na Smart Fit, o modelo de crescimento é com franquias tanto no Brasil quanto no exterior. Este ano, chegará a uma centena delas, em México, Colômbia, Peru, Chile e República Dominicana. Para ganhar musculatura — lá fora e também no Brasil — o grupo fez recentemente captação de R$ 190 milhões, que vai ajudar na expansão da rede em 2017, com 70 inaugurações nesses sete países latinos e outras 65 no Brasil.
A Fórmula, marca do Grupo Bodytech, que, segundo especialistas, foi criada para competir com a Smart Fit, também investe em franquias. Atualmente com 50 unidades, tem 32 em sistema de franquia. Este grupo ganhará mais dez unidades entre este ano e 2017.
“A demanda é grande. Mas somos seletivos porque é preciso participar ativamente” diz o sócio Alexandre Accioly.
Beto Filho explica que a expansão do setor reflete uma mudança de comportamento do brasileiro, cada vez mais consciente da importância de cuidar da saúde, fazer exercícios e se alimentar bem. Pesa ainda o envelhecimento da população, com as pessoas buscando formas de garantir uma velhice com melhor qualidade.
“Tudo isso ajuda no crescimento do segmento. Além disso, na crise, as pessoas perdem a capacidade de fazer grandes investimentos e buscam formas de compensar isso em ganho, em prazer e autoestima, mantendo o gasto com academia” diz ele.
Na prática, a demanda se traduz na oferta de academias com um leque cada vez maior de opções de aulas para a clientela. Ou muito especializadas numa modalidade única. Marco Túlio Campos, coordenador do curso de Administração e Marketing Esportivo da Estácio, diz que o setor tem opções para todos os públicos. E, destaca: esse movimento tende a crescer, já que a busca por saúde é crescente.
“O Brasil é um mercado enorme. E vai continuar crescendo. Hoje passou a ser uma necessidade física. Por isso, a gente vê tantas apostas em novos serviços” diz Campos.