O setor do franchising brasileiro cresceu 8,8% no terceiro trimestre de 2016, em comparação com o mesmo período do ano passado. O faturamento entre julho e setembro foi de R$ 38,836 bilhões, ante R$ 35,699 bilhões desses meses em 2015. Os dados foram apresentados hoje (26/10) pela ABF (Associação Brasileira de Franchising). Foi o maior crescimento deste ano: no primeiro trimestre, a expansão foi de 7,6%, e no segundo, de 8,1%.
Os maiores aumentos foram registrados nos setores de serviços automotivos (20%); esporte, saúde, beleza e lazer (13%); vestuário (12%); e comunicação, informática e eletrônicos (12%). O menor crescimento ficou com o setor de educação e treinamento, que teve expansão de 4%. Entre outubro de 2015 e setembro de 2016, o faturamento do setor de franquias foi 6,7% maior que o dos 12 meses anteriores. Para este ano, a previsão de crescimento se mantém entre 6% e 8%. Todas os valores são nominais, ou seja, não levam em conta a inflação.
“O franchising manteve a resiliência. Alguns setores sofreram muito com a crise, mas não vergaram”, afirma Cristina Franco, presidente da ABF. “Para o franqueado, houve aumento de custos e escassez do consumidor, além da queda acentuada no índice de confiança do consumidor. Isso impacta o varejo. Por isso, foi preciso manter a motivação nas redes”, diz Cristina.
Para Altino Cristofoletti Junior, vice-presidente da ABF, o que ajudou as redes nesse período foi manter o foco em processos. “As marcas têm pensado em como administrar o negócio em situações adversas. Investiram em gestão, concentraram-se em resultados e acompanharam indicadores. Quando a retomada acontecer, estaremos bem preparados”, afirma ele.
O número de unidades franqueadas aumentou 7,2% no terceiro trimestre, na comparação com os mesmos meses de 2015. De acordo com Cristina, os candidatos a franqueado ficaram mais criteriosos na crise econômica. “Nas épocas de bonança, vêm curiosos, pessoas menos preocupadas com a possibilidade de a empresa quebrar. Agora, é diferente”, diz. “Do lado do franqueador, há uma maturidade maior. Ele já percebeu que a expansão exacerbada não é a tônica de um negócio sustentável.” Entre julho e setembro, o número de lojas aumentou 3,7%. Nesse período, 1,4% das unidades fecharam. Como resultado, no final de setembro, 143.540 unidades estavam em operação.