Ex-império do luxo deve cerca de R$ 100 mil a fornecedora, em processo que tramita desde fevereiro
Além dos cinco processos de despejo por parte de imóveis onde tem lojas, que a empresa garante que já estão a caminho de uma resolução, a marca Daslu atualmente responde a pelo menos um pedido de falência, aberto por não pagar suas fornecedoras.
O processo, que se encontra no JusBrasil desde fevereiro deste ano, foi aberto pela empresa Nukk Alfaiataria Industrial, que sofre com o não pagamento de dívidas.
Segundo o advogado responsável, Márcio Barbeiro, o valor da dívida é de R$ 100 mil, o que já possibilita o pedido de falência por terceiros. “O pedido de falência é possível quando a dívida tem um valor significativo, ou seja, acima de 40 Salários Mínimos (Lei 11.101/2005 em seu artigo 94)”, explicou ele em conversa com o InfoMoney.
Para Barbeiro, a empresa tem transformado o não pagamento de dívidas em um “padrão”, o que engatilhou a abertura do processo. “Infelizmente [os responsáveis pela marca] continuam com altas dividas junto aos fornecedores, inclusive para minha empresa. Decidimos então executar e pedir a Falência da Daslu”, afirma.
Recentemente, a marca anunciou que mudará a estratégia, transformando-se em um modelo de franquias sob direção da Moda Participações. Entretanto, uma ação cautelar por parte da Helotes empreendimentos e Participações contestando a Assembleia Geral realizada no mês passado e requerendo afastamento dos atuais administradores reacendeu o clima de faíscas na instituição, e ainda não se sabe se a nova dona da empresa conseguirá de fato a capacidade legal de administrá-la.
Outro lado
Contatada, a Daslu enviou ao InfoMoney um comunicado onde afirma que “as negociações societárias estão em andamento” e que o “planejamento continua normalmente, sem quaisquer alterações, com todas as suas energias voltadas para a coleção de verão 2017”.
Sobre as irregularidades de entregas e pagamentos, o texto afirma que “entregas de mercadoria para nossos clientes multimarcas vêm sendo regularizadas, assim como os pagamentos para fornecedores e parceiros – essa é a prioridade da empresa”.