A bandeira de atacarejo do grupo Carrefour terá um total de 20 novas lojas em 2018, contra apenas 11 no ano passado. Uma média de 20 inaugurações anuais do Atacadão deve se manter ao menos pelos próximos três anos, segundo informação do jornal Valor Econômico. Já na bandeira Carrefour Express, a abertura de lojas desacelera: serão 20 novos pontos de venda, bem menos do que as quase 50 inaugurações do ano passado. Para o Carrefour Market, a previsão é de abrir 10 novas lojas. “Estamos ajustanto nossa paleta de modelos à nossa capacidade de tocar os projetos. Não dá para tocar tudo”, revela Noël Prioux, presidente do Carrefour Brasil.
O investimento total neste ano do Grupo Carrefour na operação brasileira será de R$ 1,8 bilhão, mesmo montante investido em 2016 e 2017. Ainda neste ano, 20 hipermercados da empresa devem ser reformados. Cada vez mais, os perecíveis ganham importância nesse modelo de loja. Esses itens atendem consumidores que mudaram seus hábitos e valorizam alimentos mais saudáveis. Apresentam alta rentabilidade, mas sua venda precisa ser bem gerenciada, afinal o risco de perdas é alto se demorarem a ser comercializados. “Estamos colocando produtos em bandejas menores. Por que embalar dezenas de camarões para a venda? Você embala pouco por um preço mais acessível”, destaca Prioux. A categoria de frescos e orgânicos está entre os focos do plano de transformação global anunciados pelo Carrefour no início do ano.
No Brasil, Prioux acredita que a empresa deve se preparar para um novo modelo de operação, saindo da deflação de alimentos neste ano – cujo cenário era de queda de 4% dos preços no primeiro trimestre – para um pouco de inflação, estimada na faixa dos 2% a 3% nos próximos anos. Deflação é ruim para os negócios e muita inflação, também. A avaliação é de que, com alguma inflação, há ganho no volume vendido ao mesmo tempo em que reajustes de preços podem levar a uma receita mais vigorosa, enquanto no cenário de deflação não há aumento de volume que compense o preço mais baixo.
A rápida expansão das vendas online do Carrefour e a decisão de abrir mais lojas são fatores que afetam margens e podem gerar efeitos no balanço da companhia neste ano. No entanto, essas estratégias serão mantidas. Na bandeira Atacadão, mesmo com o forte ritmo de inaugurações, a rentabilidade subiu, em parte em razão de “ganhos de eficiência operacional”, segundo a empresa.
Fonte: Supermercado Moderno