Os mercados de bairro, que ganham o consumidor pela proximidade e são soluções para pequenas compras, ganharam na crise mais um impulso: a possibilidade de venda fiada. Segundo um estudo da consultoria GfK 47% dos empresários fazem este tipo de negócio, cifra que salta para 70% no recorte nordestino.
“O fator vizinhança mostra o quão importante é o relacionamento do pequeno varejista com o consumidor final, e é interessante como isso é muito forte no Nordeste”, comentou o diretor de atendimento da GfK, Marco Aurélio Lima.
A pesquisa, divulgada ontem (25) durante a 38ª Convenção Anual da Associação Brasileira dos Atacadistas e Distribuidores (ABAD) releva ainda que os pequenos empresários de bairro também estão mais otimistas: 64% deles acreditam que as vendas neste ano vão superar as registradas ao longo de 2017.
Entre os destaques percebidos no varejo de vizinhança está o relacionamento. O contato mais pessoal com os donos do “mercadinho” facilita, por exemplo, as vendas fiadas, que hoje é prática comum em todo o País, e são consideradas uma das forças para que este setor continue competitivo.
Além disso, outra boa notícia trazida pela pesquisa é que a cesta de produtos pesquisada pela GfK desde 2011, que inclui 35 categorias básicas de compra regular dos brasileiros, mostra que pela primeira vez em 2018, os preços estão mais competitivos nos mercados de vizinhança do que nos Hiper e Supermercado. (R$ 239,21 nos pequenos mercados e R$ 234,12 nos grandes)
Segundo Lima, embora o mercado de vizinhança não tenha conquistado novos clientes em 2017, houve um incremento de 6% em volume de compras dos atuais consumidores. O executivo ressalta que são considerados mercados de vizinhança, aqueles que possuem até quatro check outs.
Profissionalização
Ainda de acordo com Lima, a profissionalização dos pequenos varejistas deste ramo e o forte investimento em novos serviços, como entrega a domicilio, novas tecnologias de scanner no caixa, estacionamento e oferta de eletroeletrônicos têm feito a competitividade crescer cada vez mais entre o comércio de bairro e os Hiper e Supermercados.
“Temos dois desafios: trabalhar a questão de gestão educacional e investimento em tecnologia. Quanto maior a formação do gestor, maior é o faturamento”, completa o executivo da GfK.
Outro aspecto relatado na pesquisa e exaltado por Lima foi a intenção de contratar funcionários. Para 2018, a expectativa é de mais contratações do que demissões, fazendo com que haja uma oferta de mais de 28 mil vagas nas diferentes regiões do país.
O estudo comprova também que os desafios para os varejistas continuam os mesmos e estão ligados a fatores que englobam a formação educacional e o uso de tecnologia. Quanto maior for o número de profissionais especializados com formação superior e gestão de tecnologia, maior será a receita.
Fonte: DCI