Para fazer frente aos planos de expansão dos negócios, a FedEx vai renovar, até maio, 400 veículos de sua frota – hoje composta por 2,8 mil unidades
Nos últimos sete anos, a operação da FedEx Express no Brasil teve dois grandes saltos. O primeiro foi em 2012, quando comprou a Rapidão Cometa, passando de seis mil para nove mil funcionários e podendo chegar a 90% dos municípios do país. Quatro anos mais tarde, com a aquisição da concorrente TNT em âmbito global, o negócio cresceu mais uma vez, para 15 mil pessoas.
Agora, com essa estrutura mais robusta, quer ser firmar como uma opção no setor de entregas dentro do país, especialmente no segmento de comércio eletrônico. “Os clientes estão em busca de alguém que ofereça esse serviço de conexão do país com horário de entrega agendado”, diz Juan Cento, presidente da FedEx Express para a América Latina e Caribe.
Para ampliar sua presença nas vendas on-line a empresa tem mantido conversas com varejistas de grande porte e também com startups, para ajudá-las a ganhar capilaridade.
Perguntado sobre a possibilidade de fazer uma oferta por alguma parte do negócio dos Correios em um eventual processo de privatização, Cento disse que nenhum passo pode ser descartado dentro da FedEx, mas que o caminho seria mais no sentido de trabalhar em conjunto com os Correios. “Nos EUA nós transportamos tudo para o US Post Office. Então existem oportunidades de ganha-ganha trabalhando com os Correios, seja por meio de uma aliança ou outro tipo de relacionamento. Estamos monitorando de perto o que eles estão fazendo e as oportunidades que possam surgir”, diz.
Para fazer frente aos planos de expansão dos negócios, a FedEx vai renovar, até maio, 400 veículos de sua frota – hoje composta por 2,8 mil unidades. A maior parte dos caminhões, carretas e vans comprados das montadoras Mercedes-Benz, Fiat e Facchini será incorporada ainda em 2019 e o restante entre janeiro e maio.
No começo do segundo semestre do ano que vem, a companhia deve concluir o processo de integração da TNT. Esta marca, estampada em uniformes, veículos e outros materiais, será abandonada. “Concluir essa mudança vai nos ajudar a fortalecer nossa marca”, diz Luiz Roberto Vasconcelos, ex-diretor financeiro da Rapidão Cometa e atual vice-presidente de operações da FedEx Express.
No aeroporto de Viracopos, em Campinas (SP), onde opera seu principal centro de distribuição na América do Sul, a FedEx está finalizando uma expansão que vai mais que dobrar a capacidade de seu armazém, passando de 4,5 mil m² para 10 mil m². A unidade também recebeu novos equipamentos, como um raio-x para cargas de grande volume e um sistema de pesagem automática com sensores instalados nas balanças.
De acordo com Vasconcelos, a expansão fez com que o armazém ficasse mais próximo da rampa de estacionamento do Boeing 767-300 usado pela companhia, acelerando em até duas horas e meia o tempo de movimentação das cargas.
Recentemente, a companhia foi autorizada pela Receita Federal a operar como terminal alfandegado, o que significa que ela pode fazer o armazenamento e a liberação de mercadorias para importação e exportação sem precisar usar áreas de terceiros. Segundo Cento, isso agiliza a liberação e também melhora o acompanhamento do processo por parte dos clientes, já que eles ficam o tempo todo sob a tutela dos sistemas da companhia.
Viracopos é a conexão da FedEx com seu hub global, na cidade de Memphis (EUA). Por semana, quatro voos levam e trazem as encomendas – dependendo do horário do envio, um pacote pode chegar a seu destinatário nos EUA já no dia seguinte. De acordo com Vasconcelos, a companhia tem acompanhado a demanda para avaliar a possibilidade de ampliação de rotas. A companhia também usa linhas aéreas comerciais para transportar algumas cargas. De acordo com Vasconcelos o processo de recuperação judicial da administradora do aeroporto não afetou as operações. “Estamos acompanhando o processo”, disse.
Fonte: Valor Econômico