As comunidades brasileiras reúnem um total de 13,6 milhões de moradores, um público com R$ 119,8 bilhões disponíveis para consumo a cada ano. Os dados são da pesquisa “Economia das Favelas”, realizada em conjunto pelos institutos Data Favela e Locomotiva.
Das 2.670 pessoas entrevistadas no mês de dezembro em 116 cidades brasileiras, 71% declaram ter renda de trabalho formal ou informal. Seguro-desemprego é recebido, atualmente, por 40% desse público, enquanto 24% é o percentual de inscritos no Bolsa Família. Já 15% da população moradora de favelas sobrevive com aposentadoria ou pensão.
Na avaliação de Renato Meirelles, presidente do Instituto Locomotiva, grandes empresas ainda subestimam o potencial desse público, composto por pessoas com poder de compra, conectadas à internet e bancarizadas. “Vemos empresas expandindo para cidades de 7 mil habitantes antes de se apropriar das favelas, que têm mais consumidores”, lembrou Meirelles, em entrevista ao jornal Valor Econômico. “Entender as favelas como território aberto ao consumo pode ser um atalho para expansão das empresas brasileiras”, completou o especialista.
Quem já chega até esse público tem percebido o poder de consumo. Durante os 30 dias anteriores à pesquisa, seis em cada dez entrevistados havia utilizado apps de transporte solicitados pelo celular, 43% acessaram conteúdos pagos na internet via mobile e 33% solicitaram refeições por meio de aplicativos.
Para os próximos 12 meses, algumas das metas de compra de muitos moradores de comunidades são: carro (29%), eletrodomésticos (24%), móveis (23%), moto (17%), smart TV (14%), notebok (14%) e smartphone (12%).
Fonte: S.A. Varejo